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De olho na mídia

De olho na mídia

Novas perspectivas na militância étnico-racial

Como se define a juventude negra do Brasil? As especificidades são inúmeras, considerando-se as diferenças e desigualdades sociais no que diz respeito à escolaridade, renda familiar, saúde, ao lazer, gênero, entre outros fatores

Juventude transviada

Texto de antropólogo fala como tem sido difundidos, principalmente pela internet, vídeos com imagens violentas e pejorativas. Os materiais são disponibilizados principalmente pelos jovens

Pegadinha em que grupo de jovens filma a agressão que comete contra alguém e a põe na web, o "happy slapping" potencializa um processo de regressão nos países ocidentais

Uma professora é agredida por um aluno, e a ação é filmada tranqüilamente por outro aluno, que em seguida exibe o troféu na internet.

Outras façanhas em outros lugares também são filmadas e difundidas: violências físicas, sexuais, cenas de motim e de destruição de bens, de enfrentamentos entre bandos rivais, de agressões menores cometidas na rua contra desconhecidos, à imagem do "happy slapping" ["tapas felizes", pegadinha amadora que se espalhou pela Europa, na qual uma pessoa sozinha é atacada por um grupo, que filma a ação].

Em seguida, essas cenas se tornam algo como medalhas transmitidas pela internet, para confirmar o valor da proeza. Além disso, inúmeros sites guardam à disposição de amadores um repertório de cenas de estupros, torturas e assassinatos, que se pode descarregar mediante pagamento.

Em outro registro, mas ligado a esse, emissoras comerciais transmitem em horários de grande audiência seqüências ultraviolentas tiradas da vida real, sem grande preocupação com o sofrimento das vítimas ou de suas famílias. Programas especializados às vezes as reúnem numa espécie de "best of".

Desregulação
De modo mais "soft", multiplicam-se programas baseados no princípio das "pegadinhas", flagrando pessoas em seu dia-a-dia, em situações constrangedoras, para se divertir de maneira típica de um voyeur, chegando a envolver crianças e enervando os adultos.

Os próprios telespectadores enviam seqüências de vídeo em que alguém próximo deles involuntariamente se feriu ou se meteu em uma situação ridícula. O "happy slapping" está no ar dos tempos, como uma espécie de ambiente generalizado.

Programas ao estilo de "Jackass" ou "Dirty Sanchez", em que a provocação vira uma forma de humor, tornam-se cult e são uma espécie de ilustração lúdica (mas consentida pelos atores) da tendência.

Onde no passado o atrativo da regressão era barrado por proibições ainda relativamente ativas, reforçadas pela presença de pais ou outros adultos vigilantes em termos de educação, hoje a proibição se vê atacada por outras modalidades educativas mais centradas no deixar-fazer e na auto-regulamentação, pelo fato de serem fundamentadas no sentimento de autonomia da criança.

Enquanto os pais perdem sua influência educativa e a escola tem dificuldade em estabelecer regras de uma cidadania compartilhada, parte dos jovens cai sob a influência de uma cultura dos pares que é inteiramente regida pelo universo do consumo e da publicidade, acentuando ainda mais o abismo entre as gerações. Nenhuma instância mais tem condições de ditar as condutas de normas morais.

A experimentação comanda uma parte da relação com o mundo, e o corpo-a-corpo termina por tomar o lugar das referências de sentido ou valor compartilhadas.

Sem distinção
É perceptível, entre alguns jovens, uma ausência de distinção entre as prerrogativas do espaço privado e as exigências sociais do espaço público. As restrições próprias a este último são sentidas de bom grado como imposição intolerável ou como recurso para uma provocação lúdica dos outros, especialmente os adultos.

Muitos jovens não se sentem culpados por tais comportamentos -pelo contrário, sentem prazer em provocar o que não ignoram ser as proibições de outros, pois, se essas proibições são inoperantes para eles, eles têm consciência do grau de irritação, constrangimento ou medo que suscitam à sua volta.

Satisfazem um impulso de regressão e regridem à posição todo-poderosa da infância ao mesmo tempo em que medem seu poder de ação sobre os outros. Esse jogo de provocação é reforçado por uma organização social que tende a se juvenilizar e a propor tais regressões como modelo de comportamento.

Numa sociedade em que os limites se negociam permanentemente, convém saber até onde ir. É uma preocupação, por sinal, tipicamente adolescente, acentuada pelo contexto contemporâneo de desorientação do rumo e pela necessidade de estabelecer por si só os códigos de suas relações com os outros e com o mundo. Adotar atitudes exageradas é uma boa maneira de chamar a atenção.

Diversos comportamentos do cotidiano são dessa natureza, com o desejo de causar inquietação entre eventuais espectadores de outras idades. Essas atitudes tendem a tornar-se comuns e corriqueiras nos lugares públicos ou nos transportes coletivos (empurrar pessoas aos gritos, peidar, arrotar, abaixar as calças, interpelar pessoas ruidosamente...). Tudo isso acompanhado de olhares de esguelha para avaliar o grau de êxito da provocação. Vivemos em sociedades de expressão livre do prazer, onde o gozo é de direito.
Se o outro deixou de ter valor, a vergonha não tem mais lugar, pois o pudor foi desqualificado. Parecer deixou de ter para o adolescente o sentido de comparecer, pois o olhar do outro é sem incidência, sob esse aspecto. Importa unicamente o fato de sentir prazer.

O outro ausente
O reconhecimento só tem valor quando vem dos pares -sobretudo não quando vem do pai ou dos mais velhos. É o mundo do próximo, dos colegas, e não do distante, daquele que representa uma alteridade.

É o mundo do "tudo pode", pois o lugar do outro não é integrado nesses comportamentos. A ausência de vergonha traduz o eu grandioso de certos adolescentes; em seu desejo de auto-engendramento, querem não apenas ignorar as regras e os valores do vínculo social como, de quebra, provocar aqueles que os olham.

O jovem conta com a garantia da conivência de parte dos que integram sua faixa de idade; nesse sentido, ele não subverte os modelos de civilidade, mas os reforça, na medida em que, aqui, a transgressão provoca o riso e o desprezo pelas vítimas.

Esses comportamentos são essencialmente masculinos, intensificando-se a partir dos velhos valores da virilidade, nos quais trata-se de ser o melhor, multiplicando as provas: quem urina ou cospe mais longe, quem "traça" mais garotas, quem tem "o" maior, quem "tem coragem" de agredir um transeunte ou um conhecido, quem lançou mais insultos aos policiais, quem incendiou um veículo etc.

As garotas estão ausentes ou, então, são espectadoras fascinadas dessas façanhas viris. Ritos menores de virilidade, que não se contentam mais com as palavras, mas exibem o troféu ao maior número possível de pessoas, para alimentar novas formas de heroísmo.

A preocupação em perder "moral", de sentir vergonha ou responsabilidade por seus comportamentos, não faz mais parte da ordem do dia. Ao contrário -os adeptos do "happy slapping" são ilustrações perfeitas do individualismo contemporâneo. Desligados do sentimento de pertencer a um conjunto, os outros, a seus olhos, não passam de figurantes. Em sintonia com o cinismo e o desprezo que penetram nossas sociedades, eles não podem colocar-se no lugar do outro; nenhum "outrem generalizado" foi integrado neles. Seu eu é destituído de outrem ao qual seria possível prestar contas.

DAVID LE BRETON é antropólogo francês, professor na Universidade de Estrasburgo e autor de "Adeus ao Corpo" (ed. Papirus). Este texto foi publicado no jornal "Libération".
Tradução de Clara Allain.

Publicado na Folha de São Paulo - +Folha Mais em 30 de julho

Periferia de SP promove saraus literários

A reportagem mostra como um grupo de escritores independentes de um bairro em São Paulo editam os próprios livros, realizam saraus literários e outras atividades

Estudos apontam bom rendimento de cotistas

A Universidade Federal da Bahia (UFBA), a Unicamp e a Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS) adotaram políticas de cotas diferentes. A reportagem mostra as impressões dos dirigentes das universidades sobre as cotas e dados de desempenho dos alunos cotistas

ANTÔNIO GOIS
RAPHAEL GOMIDE

As políticas de ações afirmativas em discussão no Congresso já podem ser examinadas com base em experiências concretas de várias universidades públicas brasileiras. A Folha selecionou três delas por serem pioneiras ou por já terem feitos estudos que permitiram avaliar os primeiros resultados.

Os caminhos escolhidos pela Unicamp, UFBA (Universidade Federal da Bahia) e Uergs (Universidade Estadual do Rio Grande do Sul) são diferentes. Em comum, está o fato de as análises feitas até o momento terem mostrado que o desempenho dos beneficiados foi semelhante --e em alguns casos até superior-- ao dos demais estudantes. As taxas de evasão deles também foram menores.

A Uergs foi a primeira universidade pública a adotar, em 2002, uma reserva de vagas levando em conta apenas o critério socioeconômico, sem considerar a cor do candidato.

A instituição separa metade das suas vagas a alunos carentes e 10% a portadores de deficiência. "Embora não haja dados confiáveis a respeito, toda desigualdade ou preconceito se traduz em diferenças econômicas. Por isso, atendemos a todas as formas de desigualdade", disse o reitor da universidade, Nelson Boeira. Segundo ele, a diferença nas notas foi pequena entre os grupos de alunos.

Preconceito

A UFBA, uma das primeiras federais a adotar cotas, escolheu reservar vagas para alunos da rede pública que fossem, majoritariamente, pretos, pardos ou indígenas. Com isso, pela primeira vez os calouros da rede pública superaram os das particulares na aprovação e o percentual de pretos, pardos e indígenas ficou próximo ao da população do Estado.

Para o pró-reitor de graduação, Maerbal Bittencourt Marinho, o aumento do percentual de negros seria alcançado mesmo sem o corte racial. Apesar disso, ele defende o critério.

"Nas escolas públicas baianas, o percentual de negros é grande. Mas a universidade aceitou estabelecer também o corte racial para mostrar que ela defende que o lugar do negro é também na universidade. Isso ajuda a mudar a visão preconceituosa da sociedade", diz.

Já a Unicamp, por meio de um sistema de concessão de bônus, foi a primeira instituição pública a adotar uma ação afirmativa sem cotas usando a justificativa de que, dessa maneira, seria preservado o princípio do mérito acadêmico.

Houve aumento no número de alunos de escolas públicas, pretos, pardos e indígenas, ainda que não próximo do percentual da população de São Paulo.

A universidade avaliou o desempenho acadêmico do método. Na maioria dos cursos (31 dos 56), os beneficiados apresentam rendimento melhor do que o dos demais no primeiro semestre.

"Os resultados mostram que o programa foi até agora bem-sucedido, mas vamos continuar acompanhando os resultados para ter mais confiança no caminho escolhido ou aperfeiçoando o sistema", diz o reitor José Tadeu Jorge.

Essas não são as únicas experiências com ações afirmativas em curso no Brasil. Segundo a Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, 30 instituições de ensino superior federais ou estaduais já adotam algum critério. Elas representam 19% total de 162 instituições dessas duas redes.

Publicado na Folha Online em 23 de julho

Ato Ecumênico lembra 13 anos da chacina da candelária

Em 1993, sete crianças e um jovem foram mortos por policiais militares enquanto dormiam em frente à Igreja da Candelária, no Centro do Rio. De lá para cá novos casos de violência já ocuparam o noticiário do país, como a chacina da Baixada Fluminense                  

Representantes de 16 religiões participaram na segunda-feira (24) de um ato ecumênico em frente à igreja da Candelária, no centro do Rio, para lembrar os 13 anos da chacina que deixou sete meninos de rua e um jovem mortos.

Manifestações organizadas pelo Grupo em Defesa da Vida, que envolve oito organizações não-governamentais, devem ocorrer ao longo da semana.

"Nós queremos chamar a atenção da sociedade sobre a situação, que ainda persiste, do alto índice de assassinato de crianças e adolescentes no país", afirmou Carlos Nicodemos, da ONG Projeto Legal, um dos coordenadores do evento.

A chacina da Candelária ocorreu quando cerca de 50 crianças dormiam sob uma marquise. O crime teve repercussão internacional.

Na ocasião, as vítimas disseram ter sido ameaçadas de morte por policiais militares depois que um carro da corporação foi apedrejado por um garoto. Seis policiais militares foram julgados pelas mortes. Três foram condenados e três, absolvidos.

Com Agência Brasil e Folha de S.Paulo publicado na Folha Online em 25 de julho de 2006

Panorama da proteção de crianças e adolescentes

O ECA completou 16 anos. Especialistas falam sobre políticas públicas voltadas para crianças e adolescentes, além de fazerem um balanço de conquistas e entraves

Boletim Ebulição - julho/agosto de 2006 - nº 19

Neste número o Ebulição trata dos desafios da educação no sistema penitenciário

EDITORIAL

• Entre a escola do crime e a educação nas prisões

TEMPERATURA

• Os desafios da educação no sistema penitenciário
 

FAÍSCAS

Artigos

• Educação de presos: a remissão do Estado e da sociedade civil pela Educação
Por Roberto da Silva

• As políticas de Educação no Sistema Penitenciário Brasileiro
Por Elionaldo Fernandes Julião

• La educación en la Cárcel en Latinoamérica: balances, desafíos y perspectivas
Por Francisco Scarfó

Entrevistas

• "As limitações da liberdade pessoal não autorizam o Estado a atrasar, obstruir, suspender nem denegar o direito humano à educação." Vernor Muñoz, Relator Especial da ONU para o Direito à Educação

• "O atendimento educacional da população prisional deve ser feito pela rede pública de ensino"
Fábio Costa Sá e Silva, do Departamento Penitenciário Nacional do Ministério da Justiça

• "Se conseguirmos criar diretrizes para o ensino penitenciário, não vamos resolver o problema, mas vamos apontar um pouco mais a direção"
Timothy Ireland, diretor de educação de jovens e adultos da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade - SECAD, do Ministério da Educação.

• "Empresas na prisão dificultam atividades educacionais"
Elaine Pereira Araújo, monitora orientadora da Penitenciária Feminina da Capital

• "Posso estar de bengala, mas um dia serei professora de História"
Marilda, ex-monitora do sistema prisional paulista, onde cumpriu pena de 4 anos e 5 meses

• "Tem que criar incentivos de todas as formas para trazer as pessoas para a escola"
Norberto, monitor nas unidades da capital paulista, onde cumpriu pena de 20 anos

Experiência

• A educação no Cárcere - Pastoral Carcerária / CNBB

• A educação no sistema prisional paulista: avanços e desafios - FUNAP

FUMAÇA
• A educação no sistema penitenciário: jornais abordam ações pontuais
 
 
CALDEIRÃO

• Páginas na Internet: documentos, informes, fóruns, observatórios

• Artigos

• Teses e dissertações

• Livros

• Legislação

http://www.controlesocial.org.br/boletim/ebul19/index.html

Comissão Especial de Juventude só deve votar Plano Nacional em agosto

Plano Nacional da Juventude (Projeto de Lei 4530/04) só deve receber um parecer da Comissão Especial em agosto, mesmo com a suspensão do recesso parlamentar ocasionada pelo adiamento da votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias

Democracia participativa em construção

Pré-conferências regionais de juventude em BH reafirmam a necessidade de fortalecer os espaços de participação juvenil

Juventude em construção

Como vem evoluindo no Brasil a percepção do jovem como sujeito distinto da criança e do adulto? A socióloga Helena Abramo conta essa história e coloca em debate quais devem ser os direitos da juventude

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