O Observatório Jovem iniciou suas atividades no ano de 2001 e vem desenvolvendo, ao longo destes treze anos de atividades, pesquisa e extensão universitária. O Observatório está situado na Faculdade de Educação e no Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal Fluminense, onde integra a linha de pesquisa Práticas Sociais e Educativas de Jovens e Adultos do Campo de Confluência Diversidade, Desigualdades Sociais e Educação. Somos grupo de pesquisa interinstitucional com a participação de pesquisadores e acadêmicos da UFF (Faculdade de Educação, Instituto de Educação de Angra dos Reis e Curso de Produção Cultural) e da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio), da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e do Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca.
O Observatório está cadastrado no diretório de grupos de pesquisa do CNPq tendo como atividades principais o desenvolvimento de pesquisas e a formação de novos pesquisadores no âmbito da graduação, do mestrado e do doutorado voltados para a investigação de problemáticas relacionadas com os jovens e a juventude em diferentes recortes de investigação relacionados com processos sociais educativos escolares e não escolares. Estamos organizados em duas linhas de pesquisa: 1. Jovens e processos educativos; e 2. Jovens e espaços públicos: dimensões educativas.
Em setembro de 2002, o Observatório inaugurou sua página na internet (www.uff.br/observatoriojovem) com o objetivo de socializar estudos e pesquisas do próprio grupo e de outras fontes qualificadas produtoras de conhecimento sobre os jovens e a juventude. Com a participação de alunos do curso de jornalismo da UFF, a página adotou também o caráter de agência de notícias sobre a temática da juventude que se fazia emergente naquele começo dos anos 2000. A página do Observatório, tendo sido a primeira do gênero no Brasil, a exemplo do que já ocorria em outros países, se tornou referência de consulta para gestores de políticas, pesquisadores, estudantes e jovens mobilizados em diferentes redes de participação social.
O Observatório surgiu em um momento de crescimento da preocupação dos educadores, pesquisadores e formuladores de políticas com as questões relacionadas com os jovens na sociedade brasileira. O Brasil, mesmo sendo o país de maior população jovem da América Latina, ainda hoje se ressente de estudos, pesquisas e publicações específicas sobre as realidades de nossas muitas juventudes.
Durante o início dos anos 2000, e até o momento, a temática dos direitos da juventude e a necessidade da formulação de políticas públicas especiais destinadas a esta população ocupou e ocupa a esfera pública, ainda que os resultados que a resposta dos poderes públicos não tenham correspondido às demandas reais da juventude brasileira, notadamente nos campos da Educação, Cultura, Trabalho e Segurança Cidadã. Nosso grupo participou ativamente dessa mobilização no acompanhamento e intervenção nos debates regionais e nacionais, na realização de pesquisas de caráter local e nacional e também na produção e divulgação de textos acadêmicos e jornalísticos qualificados por intermédio de nossa página na internet, dos vídeos-documentários que produzimos - com o envolvimento de alunos bolsistas dos cursos de cinema, pedagogia e ciências sociais - ou de outros meios de divulgação. Esta experiência com a produção de vídeo documentários permitiu a constituição de um laboratório multiusuário (Laboratório da Imagem Documental em Educação - LIDE) para apoiar o trabalho acadêmico com a utilização de recursos audiovisuais.
O Observatório participou de diferentes fóruns de discussão, integrou o Conselho Nacional de Juventude em sua primeira composição, participou de pesquisas nacionais e apoiou redes de participação de jovens no Rio de Janeiro e no país. No período, havia forte preocupação inicial em monitorar e apoiar o desenvolvimento de ações coletivas desenvolvidas por jovens em torno dos temas da participação social, direitos e políticas públicas de juventude. O Observatório Jovem se constituiu num importante canal de assessoramento e diálogo com jovens organizados em torno de demandas de direitos no Rio de Janeiro e em outras cidades brasileiras. Em duas versões do Fórum Social Mundial de Porto Alegre, participamos da organização de oficinas sobre o tema da participação, direitos e políticas públicas. No Rio de Janeiro, estimulamos a formação da Rede Jovens em Movimento, fórum que reuniu 18 organizações – da sociedade civil e de universidades – em torno da busca por direitos de juventude. E, nacionalmente, estivemos presentes em vários momentos significativos de tentativa de criação de redes e espaços nacionais de mobilização de jovens e organizações pela defesa dos direitos da juventude na formulação de políticas públicas efetivas.
A nova página na internet, lançada em 2009, conferiu especial destaque aos projetos do grupo de pesquisa, assim como aos projetos individuais, concluídos e em andamento, de professores, de doutorandos, de mestrandos e alunos de graduação participantes do grupo de pesquisa.
Procuramos ser grupo de pesquisa e extensão universitária que busca produzir conhecimentos qualificados em diálogo com a sociedade. É, neste sentido, que reconhecemos a importância da extensão universitária. Nosso histórico compromisso é o de apoiar movimentos e organizações juvenis de orientação democrática, a criação de políticas efetivas para a consolidação dos direitos de juventude, realizar atividades de extensão voltadas para a participação e a formação de jovens e profissionais que atuam com a juventude, em especial, os professores do ensino médio e da Educação de Jovens e Adultos (EJA).
Em 2009, em parceria com o Observatório da Juventude da UFMG, iniciamos a constituição do projeto de extensão Portal Ensino Médio EMdiálogo. Contamos com o apoio da Secretaria de Educação Básica do MEC e, hoje, o portal EMdiálogo, coordenado pelo Observatório Jovem, se constitui pela atuação de uma rede de nove universidades parceiras, sendo elas: UFF, UFMG, UFSM, UFPR, UFSCAR, UnB, UFC, UFPA e UFAM. O Observatório Jovem é também parceiro na realização do Pontão de Cultura do Jongo e do Caxambu-UFF, em especial, realizando vídeos-documentários com as comunidades jongueiras e apoiando a formação de jovens lideranças das comunidades de jongo no sudeste brasileiro.
No ano de 2006, inauguramos a segunda versão da página na internet e publicamos 73 artigos de opinião, 49 reportagens/entrevistas, 337 notícias de diferentes fontes, além de outras informações relacionadas com eventos, estudos, políticas públicas e movimentos de juventude. A seção "documentos", que funcionou como um repositório de textos e documentos, atingiu o número de 260 arquivos. Todo esse material continuou acessível na seção "acervo" da nova página que inauguramos no segundo semestre de 2009.
O Observatório Jovem prosseguirá suas atividades de produção e socialização de informações e conhecimentos qualificados que continuarão a contar com a internet como um canal privilegiado de comunicação pública.