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Leituras Cruzadas: Bendita mal dita juventude

"Bom mesmo é o livro que, quando a gente acaba de ler, fica querendo ser um grande amigo do autor, para poder telefonar para ele toda vez que der vontade. Mas isso é raro de acontecer", diz o jovem Holden Associated Press - Público chega ao festival Woodstock, em 1969, um dos eventos culturais mais marcantes da décadaCaulfield, personagem de "O Apanhador no Campo de Centeio" (Editora do Autor, 207 págs., R$ 36), de J.D. Salinger. Considerando principalmente a leitura de livros cujo tema principal é a juventude, o narrador tem toda a razão

Rosely Sayão é colunista da Folha de S.Paulo - Artigo Publicado na Folha On line em 26/10/2004

É sempre um risco tentar apreender a juventude e retratá-la em textos, ficcionais ou não. Os jovens pouco têm em comum, e sempre há o risco de universalizar estilos, características, perfis e modos de viver, o que leva a tomar um por todos, ou por quase todos. É preciso considerar os jovens sempre no plural, já que viver essa época extraordinária da vida depende do contexto histórico, regional, econômico, cultural etc., mesmo e inclusive no mundo globalizado. Há ainda o risco, temerário por sinal, de psicologizar essa etapa da vida, o que leva fatalmente a miopias, estereotipias e preconceitos. Mesmo assim, é possível tecer narrativas que retratem particularidades e generalidades da juventude.

Os livros que começaram a surgir após a Segunda Guerra permitiram que a linguagem usada pelos jovens chegasse à literatura. Que linguagem é essa? Um dialeto criado para mostrar a recusa do código do mundo adulto, que a criança reproduz de imediato. Estes parecem por demais limitados e enquadrados para traduzir a irreverência e o pasmo que o jovem experimenta perante os paradoxos da vida. E não é sem causa a rebeldia manifesta nessa linguagem. Insolentes com o mundo já constituído que os aguarda, na maneira de enxergar e interpretar os que os rodeiam _principalmente os que pertencem às gerações que os antecederam_ e nas críticas ácidas que fazem ao modo de vida estabelecido, os jovens questionam o legado que herdam. Bendita insolência essa, que permite interrogar, divergir e contestar de modo razoável _nem sempre_ o preexistente. Bendita juventude.

No caso do "Apanhador", a juventude é bem dita. Ler esse livro é uma viagem bem interessante, em qualquer idade e época. Escrito por Salinger, que já não era jovem na época _sim, romper a fronteira dos 30 anos já significou ter superado a juventude_, traz a linguagem coloquial e repleta de gírias e palavrões que o jovem usa para contar um pouco da vida de Holden Caulfield, jovem de 16 anos que se encontra esgotado por tanta juventude. Entenda-se por isso a travessia do mundo _cheio de ilusões de segurança e de estabilidade_ da infância à vida adulta, instável e fragmentada. Construir-se e desconstruir-se incessantemente: esse pode ser um traço a ser universalizado no jovem, processo encantadoramente narrado pelo protagonista da obra.

Tomemos o livro como uma fotografia. Há de se considerar os limites do enquadre, que foca um momento na vida de um personagem _o jovem_ que será congelado e eternizado, mas que deixa de contemplar tudo o que acontece além dali. Entretanto, ainda assim é possível vislumbrar alguns elementos que apontam para esse além. O diálogo com as gerações que a antecederam e com as que a sucederão está presente no texto de Salinger de modo indiscutível. O passado _a infância_ e o futuro que o aguarda _a velhice_ não são negados. Ao contrário, são reconhecidos. Afinal, é preciso dialogar com o que foi criado para recriar, e é preciso suportar a idéia de que quem é jovem logo mais deixará de sê-lo. Esse diálogo às vezes é sarcástico, outras ingênuo, o que mostra os conflitos e as ambigüidades dessa fase da vida. As instituições que introduzem o jovem no mundo, para o bem e para o mal _escola e família_, têm lugar reconhecido na narrativa de Holden Caulfield, tanto quanto as garotas, o sexo, as drogas e as encrencas.

Mas a encrenca maior para o jovem parece ser mesmo crescer. As gerações do início da segunda metade do século passado ainda contavam com ritos de passagem que cumpriam seu papel. Caçador incansável de sua identidade, Holden Caulfield consegue, finalmente, vislumbrar seu futuro, seu compromisso na vida adulta. "Seja lá como for, fico imaginando uma porção de garotinhos brincando de alguma coisa num baita campo de centeio e tudo. Milhares de garotinhos, e ninguém por perto _quer dizer, ninguém grande_, a não ser eu. E eu fico na beirada de um precipício maluco. Sabe o quê eu tenho de fazer? Tenho que agarrar todo mundo que vai cair no abismo. Quer dizer, se um deles começar a correr sem olhar aonde está indo, eu tenho que aparecer de algum canto e agarrar o garoto." Holden queria ser grande. E foi.

Tomemos outra foto da juventude, tirada ainda na mesma época. "On the Road - Pé na Estrada", de Jack Kerouac (L&PM, 384 págs., R$ 19,50), permite uma viagem interessante e vertiginosa. Trata-se, agora, da geração que botou o pé na estrada sem lenço, sem documento e sem destino, que montou de modo selvagem em suas motocicletas para principalmente inaugurar, pelo menos na literatura jovem, a velocidade como pano de fundo dos acontecimentos na juventude.

Muitos afirmam com convicção que esse livro transformou a juventude ocidental. Talvez tenha apenas sido mais fiel e ousado. A linguagem, aliada ao estilo narrativo, compete com o personagem central, Sal Paradise, pelo lugar central nesse texto. Na caça à identidade e na busca dos sonhos, multiplicam-se os quilômetros percorridos, as páginas do livro, o tamanho dos parágrafos, as relações estabelecidas pelos personagens. O ritmo é frenético e a leitura vai de vertigem em vertigem.

"Mas nessa época eles dançavam pelas ruas como piões frenéticos, e eu me arrastava na mesma direção, como tenho feito toda minha vida, sempre rastejando atrás de pessoas que me interessam, porque, para mim, pessoas mesmo são os loucos, os que estão loucos para viver, loucos para falar, loucos para serem salvos, que querem tudo ao mesmo tempo agora, aqueles que nunca bocejam e jamais falam chavões, mas queimam, queimam, queimam como fabulosos fogos de artifício explodindo como constelações em cujo centro fervilhante _pop!_ pode-se ver um brilho azul e intenso até que todos 'aaaaaaah!'."

Não há lugar para o tédio nessa viagem, nessa leitura, para esses jovens. Até a mais simples atividade do mundo _a de garagista_ ganha contornos sofisticados e frenéticos na descrição de Kerouac. "O mais fantástico garagista do mundo, capaz de dar marcha a ré a 60 por hora num corredor exíguo e estreito, parar rente à parede, saltar do carro, correr entre os pára-choques, pular para dentro de outro, manobrá-lo a 80 por hora num espaço minúsculo, bater a porta com tanta força que o carro ainda balança enquanto ele sai voando em direção à cabina de controle como um atleta na pista, alcança um novo tíquete para um recém-chegado e, enquanto o motorista ainda está saindo do carro, pula literalmente sobre ele, liga o motor com a porta entreaberta e sai cantando os pneus..." A agitação dos jovens e sua ruidosa maneira de estar no mundo não poderia ser mais bem descrita do que em "On the Road". Do mesmo modo que no "Apanhador", aqui também as diferentes gerações se conversam, o mundo intelectual marca presença, o artístico-cultural também. Dialogar e reconhecer para recriar. Bem dita juventude que tem com quem conversar. Bendita.

Seguimos viagem, escolhemos outro retrato, outra época, outro roteiro. Chegamos ao início dos anos 80, saímos dos Estados Unidos e vamos ao Chile, com direito a uma rápida, porém marcante, passagem pelo Rio de Janeiro. O título do livro já avisa os caminhos que iremos trilhar. Em "Baixo Astral", de Alberto Fuguet (Record, 304 págs., R$ 40,90) o personagem principal, Matías Vicuña, se expõe como um representante da juventude que mostra uma outra cara, que aqui está retratada tanto pela determinação de um contexto espaço-temporal diverso como por um mundo bem transformado. O jovem tem muitas caras e, por isso, nem sempre se compreende.

A linguagem expressa a angústia dos conflitos da juventude, que parecem não ter fim nem saída: "Me sinto entediado. Sozinho. É que não acontece nada. Não me acontece nada. Apenas babaquices deprimentes. Ou sacais". No livro, o jovem vive permanentemente de saco cheio. "Acho que um dos grandes prazeres da vida é apertar e apertar uma espinha que está no ponto e depois sentir como a gordura estoura e pula no espelho do banheiro, deixando tudo nojento e ensangüentado."

É o início da era da elegia da solidão do jovem, que conversa principalmente consigo mesmo: "E se você fosse embora, por exemplo, se partisse sem olhar para trás, assumindo a solidão, sabendo que pode ser um erro, um grave erro, mas que você se sentiria bem assim mesmo, faria isso? Perderia a segurança, mas o que significa estar seguro? Alguém está? Você poderia admitir, sem se enganar, que realmente está seguro?". Chama a atenção a insistente citação do "Apanhador", mas o que dele mais marca nessa outra viagem é o tom profético da frase em que Holden imagina garotos brincando perigosamente perto de um precipício, sem ninguém por perto. Em "Baixo Astral", os mais velhos já começam, timidamente, a ansiar por dar meia-volta na vida adulta para retornar à juventude já ida: sexo e drogas unem Martín a seu pai. O jovem em conflito existencial e social que começa a ficar abandonado à própria sorte. Bendita maldita juventude. Mal dita.

Voltemos a nosso ponto de partida nessa viagem, Nova York, agora já no início do século 21. White Mike é um jovem rico de 17 anos que decidiu trocar a escola pelo tráfico de drogas, que aliás ele não usa. "Doze" (Geração, 230 págs., R$ 35), de Nick McDonell _ele mesmo um jovem_, inaugura os livros que se apresentam tais como os populares blogues, diários feitos por jovens que relatam seu dia-a-dia. A linguagem exala a ansiedade típica da juventude do mundo contemporâneo, que vive cada dia, cada noite, como se fosse uma guerra. Guerra, aliás, é o termo usado por eles para descrever as aventuras pela noite.

A linguagem é cuidadosa, meticulosa e certeira ao expressar o movimento frenético do jovem, a sonoridade ruidosa que o acompanha e a ansiedade seca que vive. É parte indispensável na construção das imagens, tão cruciais para a juventude, do mundo atual. "Hunter é um garoto bem forte. É um tipo de força que não está localizada em apenas um ponto, é toda distribuída nele. Não chega a ser denso como um touro. É um feixe de músculos e energia. Então, quando Hunter finalmente bate em Nana, ele balança. Vai balançando em câmera lenta, da maneira como acontece em replays de filmes, e era possível ver o maxilar dele se deslocando para o lado, com o murro. Em câmera lenta, aquela cena é repulsiva, pior do que qualquer coisa que a maioria dos garotos já tinha visto. Todos fizeram caretas ao som sólido de punho contra carne."

No relato, o mundo adulto foi quase totalmente suprimido, e a família pouco se relaciona com os jovens. Escola é apenas referência, e de grife. Drogas, drogas, drogas, violência, sexo, festas, tragédias. Tragédia mesmo parece ser crescer. Maldita juventude bem dita.

Bem, mas e as escritoras e as personagens femininas principais, por onde andam? Ou será que a juventude, na literatura, é do gênero masculino? "Hell Paris - 75016" (Intrínseca, 205 págs., R$ 34), de Lolita Pille e "100 Escovadas Antes de Ir Para a Cama" (Objetiva, 157 págs., R$ 24,90), de Melissa Panarello, retratam a juventude na ótica e na experiência da jovem. Seja na França, seja na Itália, a história é semelhante. Sexo, sexo, sexo, pausa para grifes e drogas, mais sexo. É, a juventude parece mesmo ser do gênero masculino. Por enquanto.

A linguagem irreverente e insolente cede lugar à linguagem desabusada que menospreza o diferente e se desdenha. É o jovem rico que está no foco. "Eu sou uma putinha. Daquelas mais insuportáveis, da pior espécie; uma sacana do 16e, o melhor bairro de Paris, e me visto melhor que sua mulher ou sua mãe... meu credo: seja bela e consumista", diz Hell, personagem que vive de boate em boate, de grife em grife, de consumo em consumo, de droga em droga. É, mas os ricos também amam e também padecem das dores do crescimento que ser jovem compreende, é o que nos diz a jovem escritora Lolita Pille. Que seja. Uma "bad trip", a visão de um retrato que provoca estranhamento por ser revelador, é o que essa leitura produz. Entra o consumo, sai a cultura; entra o jovem, sai o adulto. Mal dita bendita juventude.

Melissa é o nome da autora e da personagem de "100 Escovadas". Indiferenciação proposital, linguagem crua e despudorada que muitas vezes beira o infantil perverso, sexo do começo ao fim. É o império dos sentidos, a primazia da sensação, a busca incansável do prazer. O verbo definha, quase desaparece, para ceder lugar à carne. "Essa calcinha sou eu. É a coisa que melhor me descreve. De quem poderia ser, estranha e assim desenhada, com um lacinho perfumado de cada lado, senão de uma pequena Lolita? Mas essa calcinha, além de me pertencer, é o meu corpo e eu." Mal dita maldita juventude.

Ler um livro sobre jovens é uma viagem interessante; dois, instigante. Ao chegar ao sexto, a viagem passa a ser um risco para quem já não é jovem, principalmente se esse sexto for "100 Escovadas". Toda juventude passará. Alguns _poucos_ livros sobre a juventude ficarão.

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26/10/2004 - 02h46

Leia trecho de "On the Road"

da Folha de S.Paulo

Leia abaixo trecho de "On the Road - Pé na Estrada", (L&PM, 384 págs., R$ 19,50), de Jack Kerouac, livro comentado na seção "Leituras Cruzadas" do Sinapse de 26 de outubro de 2004.

Parte 1

Cap. 1

Encontrei Dean pela primeira vez não muito depois que minha mulher e eu nos separamos. Eu tinha acabado de me livrar de uma doença séria da qual nem vale a pena falar, a não ser que teve algo a ver com a separação terrivelmente desgastante e com a minha sensação de que tudo estava morto. Com a vinda de Dean Moriarty começa a parte da minha vida que se pode chamar de vida na estrada. Antes disso eu tinha sonhado muitas vezes em ir para o Oeste conhecer o país, mas não passavam de planos vagos e eu nunca dava a partida. Dean é o cara perfeito para a estrada simplesmente porque nasceu na estrada quando seus pais estavam passando por Salt Lake City em 1926, a caminho de Los Angeles, num calhambeque caindo aos pedaços. As primeiras notícias sobre ele chegaram através de Chad King, que havia me mostrado algumas cartas que ele escrevera num reformatório do Novo México. Fiquei ligadíssimo nas cartas por causa do jeito ingênuo e singelo com que elas pe-diam a Chad para lhe ensinar tudo sobre Nietzsche e todas aquelas maravilhas intelectuais que Chad conhecia. Certa vez Carlo e eu falamos a respeito das cartas e nos perguntamos se algum dia iríamos conhecer o estranho Dean Moriarty. Tudo isso foi há muito tempo, quando Dean não era do jeito que ele é hoje, quando era um delinqüente juvenil envolto em mistério. Então chegaram as notícias de que Dean havia se mandado do reformatório e estava vindo para Nova York pela primeira vez; falava-se também que ele tinha acabado de casar com uma garota chamada Marylou.

Um dia eu vagabundeava pelo campus quando Chad e Tim Gray me disseram que Dean estava hospedado numa daquelas espeluncas sem água quente no East Harlem, o Harlem espanhol. Tinha chegado na noite anterior, pela primeira vez em Nova York, com sua gostosa gata linda Marylou; eles saltaram do ônibus Greyhound na rua 50, dobraram a esquina procurando um lugar onde comer e deram de cara com a Hector's, e a partir de então a cafeteria Hector's se transformou para sempre num grande símbolo de Nova York para Dean. Eles gastaram dinheiro em belos bolos enormes com glacê e bombas de creme.

O tempo inteiro Dean estava dizendo para Marylou coisas do tipo: "Então, garota, cá estamos nós em Nova York, e embora eu não tenha te contado tudo que estava passando pela minha cabeça quando a gente atravessou o Missouri, especialmente na hora em que passamos pelo reformatório de Booneville, que me lembrou do meu problema na prisão, é absolutamente imprescindível dar um tempo em todos os detalhes pendentes do nosso caso e, de uma vez por todas, começar a pensar em planos específicos para nossa vida profissional...". E assim por diante, do jeito que ele falava naquele tempo.

Fui à tal espelunca sem água quente com a rapaziada e Dean abriu a porta de cueca. Marylou estava saltando do sofá, Dean tinha expulsado o inquilino do apartamento para a cozinha, provavelmente para que fizesse café, enquanto ele dava prosseguimento às questões amorosas, já que, para ele, sexo era a primeira e única coisa sagrada e realmente importante na vida, ainda que ele tivesse que suar e blasfemar para ganhar o pão e assim por diante. Dava para perceber isso pela maneira como ele parava curvando a cabeça, sempre olhando para baixo, assentindo como um boxeador novato ao receber instruções, fazendo você pensar que ele estava escutando cada palavra, cuspindo milhões de "sins" e "claros" o tempo inteiro. A primeira impressão que tive de Dean foi a de um Gene Autry mais moço - esperto, esguio, olhos azuis, com um genuíno sotaque de Oklahoma -, um herói de suíças do Oeste nevado. Na verdade ele tinha trabalhado num rancho, o de Ed Wall, no Colorado, antes de casar com Marylou e vir para o Leste. Marylou era uma loira linda, com enormes cachos de cabelos derramando-se num mar de ondas douradas. E ela ficava ali sentada, na beira do sofá, com as mãos pousadas no colo e os olhos caipiras azuis-esfumaçados fixos numa expressão assustada porque estava num pardieiro cinzento e maligno de Nova York do tipo que tinha ouvido falar lá no Oeste, e ela ficava ali pregada, longilínea e magricela como uma daquelas mulheres surrealistas das pinturas de Modigliani num quarto sem graça. Embora fosse uma gatinha, ela era terrivelmente estúpida e capaz de coisas horríveis. Aquela noite todos nós bebemos cerveja, jogamos queda-de-braço e conversamos até o amanhecer e, de manhã, enquanto fumávamos em silêncio baganas dos cinzeiros na luz opaca de um dia sombrio, Dean levantou-se nervosamente, andou em círculos, pensativo, e decidiu que a melhor coisa a fazer era mandar Marylou preparar o café e varrer o chão: "Em outras palavras, garota, o que estou dizendo é: temos mais é que entrar na dança rapidinho, do contrário, a gente fica aí numa flutuante, sem cair na real. e nossos planos jamais se cristalizarão". Aí, eu caí fora.