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Juventudes em rede - Programa Salto para o Futuro/TV ESCOLA

Juventudes em rede: jovens produzindo educação, trabalho e cultura. Este será o tema da série do programa Salto para o Futuro/TV Escola/SEED/MEC de 26 a 30 de novembro de 2007

O debate buscará problematizar questões relacionadas com a vivência do tempo de juventude a partir da experiência de jovens, principalmente moradores de espaços populares, que se organizam em redes de cooperação. Na contramão das representações dominantes que reduzem os jovens a vítimas ou produtores da violência, a série procura conferir visibilidade àquilo que é hoje prática social efetiva de construção de cidadanias juvenis. Em síntese, a proposta da série parte do princípio de que jovens já praticam hoje as formas solidárias e democráticas das sociedades que gostaríamos de ver no futuro.

A série é um convite ao diálogo intergeracional que irá se basear no inventário crítico-conceitual expresso nos textos dos especialistas, na fala dos convidados jovens e adultos de cada um dos cinco programas da série e na escuta sensível que os educadores que participam do Salto para o Futuro têm empreendido.

Temas que serão discutidos no Debate – Juventudes em rede: jovens produzindo educação, trabalho e cultura, que será apresentado no programa Salto para o Futuro/TV Escola/SEED/MEC de 26 a 30 de novembro de 2007:

PGM 1 - Espaços e tempos de participação
Jovens brasileiros, espaços e tempos de participação política

Seriam os jovens “rebeldes” e conflitivos por “natureza”? Ao se comparar os “jovens de hoje” com jovens do passado, encontraríamos somente uma nova geração de jovens apáticos, desinteressados, conservadores e consumistas? Os jovens não se interessam pela política ou a política, tal como esta se apresenta, não é interessante para os jovens? Quando se citam os dados sobre a baixa participação da juventude em movimentos políticos, geralmente se esquece de que o afastamento da política é um fenômeno geral na sociedade atual. A paralisia em relação à participação e o descrédito pelos políticos e pelas formas tradicionais da organização política (partidos e sindicatos) não existem apenas entre os jovens.  O primeiro programa discute alguns outros mitos presentes no debate sobre a juventude e a participação política, tais como as “idéias-força” de protagonismo juvenil e de jovem empreendedor social. Afinal, o que essas idéias significam como prática efetiva de participação?  A busca por responder aos questionamentos levará em consideração recentes experiências juvenis. Jovens em grupos, redes e fóruns, com diferentes orientações culturais e políticas, e jovens envolvidos em diferentes espaços de recente articulação política expressam as inúmeras potencialidades e contradições das ações coletivas juvenis nos espaços de participação da sociedade civil e em seus relacionamentos com as esferas governamentais.

Convidados: Lívia de Tomasi (Socióloga) e Ana Karina Brenner (Doutoranda USP) e  Luciana Adriano (Liderança jovem da Comunidade quilombola do Bracuí – Angra dos Reis)

PGM 2 - Jovens fazendo mídia
Os jovens e a mídia
Neste segundo programa, afirma-se a importância de que as diferentes mídias estejam ativamente presentes no cotidiano das escolas que trabalham com jovens. Ignorar o papel dos meios de comunicação na formação das identidades juvenis significaria distanciar educadores da realidade dos jovens, de seus desejos, gostos e de suas reflexões sobre a leitura e a escrita que fazem do mundo midiatizado. Até que ponto seria possível construir uma educação problematizadora e crítica sobre a realidade do país, num processo dialógico com os jovens, sem considerar a relação que eles estabelecem com a mídia? Dentre as várias mídias, destaca-se o rádio, pelo seu potencial de articulação cultural, social e pedagógica na escola e, também, pela sua efetiva presença na vida dos jovens alunos. O rádio na escola pode, além de contribuir para o jovem produzir sua própria expressão e comunicação com seus pares, contribuir para a formação de sujeitos ativos e críticos quanto ao seu próprio desenvolvimento e quanto à construção de seu conhecimento significativo e emancipador. A mídia sonora, apropriada pela escola, poderia contribuir para a melhoria da qualidade da educação. E que estratégias, a partir do rádio, poderiam ser utilizadas no sentido de atrair a comunidade a se envolver mais com a escola, ou seja, como a mídia sonora poderia ser, também, um agente de interação entre a escola e a comunidade ao seu redor?

Convidados: Ana Baumworcel, Patrícia Lanes (IBASE) e Áurea Carolina (Integrante do Conselho de Mídias da AIC - Imagem Comunitária)

PGM 3 - Culturas juvenis em espaços populares
Culturas e expressividades juvenis

O terceiro programa procura trazer para o debate os conceitos de jovem e juventude, evidenciando as transformações nas sociedades contemporâneas e a multiplicidade de caminhos para a constituição dos sujeitos e deste ciclo de vida. Pretende-se desmontar pré-noções e representações dominantes sobre aquilo que comumente se julga ser o jovem e a juventude. Um dos enganos mais comuns é tomarmos a nossa própria experiência de juventude para estabelecer quadros comparativos com os “jovens de hoje”. Jovens são percebidos como sujeitos de direitos e de cultura, jovens estudantes vão deixando de ser vistos apenas como alunos para serem enxergados a partir de identidades específicas que remetem ao sensível, ao corpóreo, à expressividade cultural e estética, e às sociabilidades que se originam no exterior da instituição escolar. Além do aluno quase silenciado, há um jovem querendo se expressar. A escola coloca-se, então, diante de um dilema, ao ser interpelada pela pluralidade das manifestações culturais juvenis. Há, assim, escolhas institucionais a serem feitas: as referências extra-escolares podem ser interpretadas como ruídos e interferências negativas para o trabalho pedagógico, caso a escola se feche, ou podem significar oportunidades para a criação de espaços de mediação cultural entre os diferentes mundos vividos pelos jovens alunos. Estar atento para os grupos de identidade com os quais os jovens se identificam ou dos quais fazem parte ativamente torna-se condição para o entendimento dos sentidos dos modos de agir dos jovens alunos. 

Convidados:  Paulo Carrano (UFF), Carlos Henrique dos Santos Martins (CEFET-RJ) e Michel Cordeiro (jovem coreógrafo e produtor cultural)

PGM 4 - Escolas e práticas educativas
Escola e práticas educativas: quando os jovens são atores

O programa procura enfrentar o debate sobre a educação da juventude, evidenciando conflitos e convocando para a reflexão acerca do difícil diálogo entre os sujeitos da escola (pais, professores, alunos, etc.) que se responsabilizam mutuamente pelo que seria o “fracasso da instituição escolar”. Para a escola e seus profissionais, o problema situa-se na juventude, no seu pretenso individualismo de caráter hedonista e irresponsável, dentre outros fatores que estariam gerando um desinteresse pela educação escolar. Para grande parte dos jovens, a escola se mostra distante dos seus interesses e necessidades, reduzida a um cotidiano enfadonho, com professores que pouco acrescentam à sua formação, tornando-se cada vez mais uma “obrigação” necessária, tendo em vista a necessidade dos diplomas. Ao mesmo tempo, contrariando o pessimismo generalizado, existem escolas públicas que, no seu conjunto ou mesmo através de alguns professores, conseguem envolver os jovens alunos em práticas educativas que apontam para formas criativas de enfrentamento dos mesmos desafios. A constituição de grêmios, a organização de campeonatos, de festivais e outras ações ligadas à participação esportiva, artística e política, envolvendo ativamente os alunos, são iniciativas que já existem, mesmo que de forma tímida, em várias instituições de ensino. E há outras experiências educativas nas mais diversas áreas do conhecimento, que conseguem envolver de fato o jovem, estimulando o seu desejo pelo saber, como aulas de Português através de blogs; aulas de História que partem da recuperação da memória e da história da própria comunidade, dentre outras. O eixo do quarto programa segue, então, na busca da reflexão sobre a relação da juventude com a escola, em especial a de Ensino Médio, seus principais problemas e desafios. 

Convidados: Juarez Dayrell (UFMG), Ana Paula Corti  (Ação Educativa) e jovem do grupo teatro na laje (Vila Cruzeiro – RJ)

PGM 5 - Jovens trabalhadores associados
Jovens trabalhadores associados na produção da vida: entre o desemprego, a precarização do trabalho e a economia popular solidária

Neste quinto programa se busca a reflexão sobre os desafios dos jovens trabalhadores que se associam para tentar garantir a reprodução da vida. Neste movimento, são revisitados e articulados conceitos como juventude, cultura do trabalho, produção associada e autogestão. No enfrentamento da crise estrutural do emprego, da precarização do trabalho e do aumento da pobreza, os jovens também têm se organizado em torno do movimento por uma economia popular solidária. O programa dá visibilidade a algumas organizações econômicas, criadas e dirigidas por jovens, cuja racionalidade econômica se diferencia da lógica excludente da economia capitalista. As políticas para a juventude têm como público alvo justamente este público jovem excluído do trabalho formal e da escola. As ações, em geral, incluem a dimensão da qualificação profissional, que pode estar combinada ou não à inserção no mercado de trabalho. As ações voltadas à qualificação estão fortemente relacionadas à gestão do desemprego. Os jovens, nesta perspectiva, ao invés de sujeitos de direitos, são considerados sujeitos de assistência social. Além disso, o trabalho aparece como uma prática social capaz de disciplinar o jovem, contribuindo para a diminuição dos riscos que ele, ocioso, potencialmente cria para a sociedade. O envolvimento dos jovens com a economia popular solidária pode indicar um caminho diferenciado de relacionar juventude e trabalho. 

Convidados: Lia Tiriba (UFF), Maria Clara Bueno Fischer (Unisinos-RS) e Elder Costa (Resistência Comunitária, Fórum de Juventude Negra da Bahia e Pangea - BA)

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Acesse aqui o boletim da série com os textos completos dos programas (79 p.)

Acesse aqui informações sobre o Programa Salto para o Futuro, canais e horários de exibição

Nota:
* Professor do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal Fluminense; Bolsista Produtividade em Pesquisa do CNPq; Bolsista “Jovem cientista do nosso estado/Faperj”; Coordenador do Observatório Jovem do Rio de Janeiro/UFF. Consultor desta série.