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Pesquisa: falta de qualificação faz desemprego ser maior entre jovens



desemprego_01.jpgSegundo estudo do Ipea, eles representam 54% do total de desempregados; capacitação é maior limitador em seleções

Os jovens têm o maior peso entre os desempregados, mesmo sem representarem a maioria dos trabalhadores no País. É o que aponta o estudo divulgado pelo Ipea (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas).  As dificuldades ligadas a processos seletivos e situação do mercado de trabalho são escolhidas como principais barreiras entre os desempregados, pelo menos 25% citaram a falta de qualificação ou experiência como principal obstáculo na busca por vagas. A resposta “nunca tenho a qualificação e/ou experiência exigida nas seleções de emprego” foi a escolha de 28% dos entrevistados entre 18 e 29 anos. O estudo ainda sugere indicações de propostas para as políticas de emprego.

Os jovens têm o maior peso entre os desempregados, mesmo sem representarem a maioria dos trabalhadores no País. É o que aponta o SIPS (Sistema de Indicadores de Percepção Social sobre trabalho e renda), divulgado pelo Ipea (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas) nesta quarta-feira (16). Segundo o estudo, apesar de os trabalhadores com idade entre 18 e 29 anos representaram apenas 30% da amostra de pessoas ouvidas, eles representam 54% do total de desempregados da pesquisa. “Esse dado está de acordo com o que é verificado nas pesquisas de emprego, evidenciando que o desemprego é particularmente concentrado entre os jovens”, afirma a pesquisa.

A maioria dos desempregados já teve trabalho remunerado, mesmo os mais jovens. Entre as pessoas de 18 a 29 anos que responderam a pesquisa, 78% afirmaram que já tiveram algum trabalho remunerado na vida. Já entre quem tem de 30 a 49 anos, foram 96% os que disseram que já trabalharam. Entre os desempregados, 45% disseram estar procurando trabalho há mais de seis meses, sendo que um em cada quatro disse estar nesta condição há um ano.

Em função do grande tempo de busca por oportunidades, as expectativas salariais são baixas. Quatro entre dez entrevistados aceitariam trabalhar pelo salário mínimo (R$ 510) ou menos, e 73% das respostas mencionaram valores de até R$ 1.000. O salário médio dos ocupados da amostra de entrevistrados foi de R$ 1.028,13.

Dificuldades

As dificuldades ligadas a processos seletivos e situação do mercado de trabalho são escolhidas como principais barreiras entre os desempregados. E pelo menos 25% citaram a falta de qualificação ou experiência como principal obstáculo na busca por vagas. A resposta “nunca tenho a qualificação e/ou experiência exigida nas seleções de emprego” foi a escolha de 28% dos entrevistados entre 18 e 29 anos, já a “falta trabalho na minha área profissional/a concorrência é muito grande” ficou com 16% das respostas, seguida de “os processos seletivos são complicados, demorados ou custosos”, com 16% de escolhas entre este público. Os tópicos com menor índice de respostas entre os jovens foram "a jornada de trabalho é sempre inadequada" e "sinto-me discriminado nas seleções de trabalho", ambos com 2%.

Segundo o estudo, os resultados sugerem duas indicações para as políticas de emprego. “A primeira é que a estratégia de reinserção dos desempregados passa pelo emprego assalariado. Isso significa que a geração de postos de trabalho pelas empresas e programas de qualificação e orientação profissional são as mais relevantes para garantir o acesso ao trabalho”. Também orienta que “as políticas de encaminhamento isoladas parecem ter pouco efeito, já que as maiores dificuldades não se relacionam à identificação de uma vaga compatível, mas aos filtros para contratação”.

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