Acervo
Vídeos
Galeria
Projetos


Jovens de periferia apresentam outros olhares fotográficos

O Museu Histórico Abílio Barreto mostra produção fotográfica realizada por jovens moradores das favelas de Belo Horizonte que vem na contramão da grande mídia, dando uma visão de dentro das favelas para a cidade

Jovens de periferia apresentam outros olhares fotográficos

Carta Maior  - 28/06/06

O Museu Histórico Abílio Barreto mostra produção fotográfica realizada por jovens moradores das favelas de Belo Horizonte que vem na contramão da grande mídia, dando uma visão de dentro das favelas para a cidade.
Coletivo de parcerias promove mostra fotográfica para estimular novas e diferentes ações na produção de sentido através das imagens; e ampliar o mercado para jovens marginalizados.

Na contramão das lentes teleobjetivas da mídia e dos olhares piedosos, as favelas de Belo Horizonte serão mostradas por enquadramentos e luzes vistos por quem vive na comunidade. É a mostra coletiva de fotografias “Outro Olhar”, que o Programa Fica Vivo! apresenta para convidados nesta quarta-feira, 28 de junho, no Museu Histórico Abílio Barreto. Depois, a mostra torna-se itinerante pelas comunidades.

O evento comemora também a formação de jovens no curso de fotografia realizado pelo Senac Minas em parceria com o programa Inclusão Produtiva, da Secretaria de Estado de Defesa Social. Eles aprenderam no início deste ano, técnicas e práticas sobre o olhar e o fazer fotográfico, com o fotógrafo Rogério Costa.

A proposta do evento é apresentar um olhar juvenil de dentro da periferia para a cidade e, principalmente, apresentar à própria comunidade, imagens que valorizem a auto-estima dos moradores já que a exposição torna-se itinerante posteriormente.

Na comunicação educativa, o fazer fotográfico expressa uma importância fundamental na produção de valores e significados sobre si e sobre o outro, na forma de participação e interesse social, num olhar original sobre grupos sociais e indivíduos, além do meio que os cerca.

Como comunicação midiática, a produção fotográfica pode abrir espaço para a expressão de uma camada marginalizada da sociedade, fortalecendo a diversidade cultural ao ampliar a produção e consumo de bens e valores culturais da sociedade.

Para a realização da exposição, dezesseis jovens mobilizaram-se em incursões fotográficas onde vivem para a produção coletiva de um ensaio fotográfico sobre sete comunidades participantes do Programa Fica Vivo! (Alto Vera Cruz, Cabana Pai Tomás, Conjunto Felicidade, Morro das Pedras, Pedreira Prado Lopes, Ribeiro de Abreu e Taquaril).

Com o apoio da Universidade Pontifícia Católica de Minas Gerais, as fotos foram realizadas com câmeras profissionais em filmes PB e selecionadas por eles no laboratório de fotografia da Faculdade de Comunicação e Artes. A revelação dos filmes foi produzida pela fotógrafa e coordenadora do laboratório, Marta Carneiro, que acompanhou o desenvolvimento do ensaio.

Durante o evento, uma projeção de fotografias vai contar ações do Fica Vivo! ao longo dos três anos do programa. O DJ Easy, produtor cultural e diretor do selo Xeque Mate, ambienta a exposição com sons que vêm dos morros – entre tantos.

A mostra começa às 20h30, mas antes um debate promete incentivar novas atitudes. A criação de projetos coletivos e a temática da diversidade de expressão no mercado fotográfico serão assuntos para a mesa que vai contar com a presença da Ong Olhares do Morro, do Rio de Janeiro, representada pelo coordenador Vincent Rosemblatt e pelo jovem participante Daniel Martins Fernandes, morador da Rocinha, e ainda do fotógrafo mineiro João Castilho, participante e co-fundador do coletivo fotográfico “Diário dos Olhos”.

Museu Histórico Abílio Barreto
Av. Prudente de Morais, 202 (Cidade Jardim)
Tel.:(031) 296-3896 e 277-8575
Horário: 3ª a domingo de 10 às 17 h