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Estudo do Ipea aponta mudanças na transição da juventude para a vida adulta

A transição da juventude para a fase adulta sofreu alterações nos últimos anos. Saiba por quê e como lendo o livro Transição para a vida adulta ou vida adulta em transição?, organizado pela diretora de Estudos Macroeconômicos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Ana Amélia Camarano

 Brasília (26.12.2006) - A jovem Márcia Barbosa, de 19 anos, comemora hoje (26) o segundo aniversário de sua filha Yasmin. Quando o bebê nasceu, ela fazia o segundo grau. Após o nascimento da criança, terminou os estudos, arrumou o primeiro emprego e, no próximo ano, vai se casar com o pai de Yasmin.

"Muita gente fala que quando você é nova e tem um filho, sua vida acabou. É mentira.  Você não acabou com a sua vida, você só atrasou um pouco o curso dela. A gente normalmente estuda, trabalha, casa e tem filhos. Eu estudei, tive filhos, vou casar e já estou trabalhando. Só inverti a ordem das coisas”, relata a jovem.

A seqüência da vida de Márcia mostra que a transição da juventude para a fase adulta sofreu alterações nos últimos anos. Se antes esse processo era marcado pela seqüência de saída da escola, entrada no mercado de trabalho, casamento com a saída da casa de origem e nascimento dos filhos, atualmente a ordem dos fatores é, em muitos casos, invertida.

Essa é uma das conclusões do livro Transição para a vida adulta ou vida adulta em transição, organizado pela diretora de Estudos Macroeconômicos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Ana Amélia Camarano. A publicação foi lançada no dia 15 de dezembro.

De acordo com Ana Amélia, duas questões colocaram a juventude no debate sobre políticas pública: a mortalidade precoce (por violência e homicídio) e a gravidez precoce, determinada quando nascem os filhos sem que mãe ou o pai tenham terminado os estudos e entrado no mercado de trabalho. A partir dessas constatações, o Ipea encomendou o estudo, a fim de analisar a juventude atual a partir dos processos de transição para a vida adulta.

Uma das primeiras conclusões do estudo é a de que as experiências de vida e as expectativas das gerações atuais são mais complexas e menos previsíveis. O aumento da escolaridade, as dificuldades para arranjar o primeiro emprego e a mudança nos padrões de relacionamento estão entre as diferenças destacadas no livro.

“No Brasil de hoje, todo mundo enfrenta sérias dificuldades no mercado de trabalho, mas essas dificuldades incidem mais sobre os jovens. E isso tem afetado outros caminhos. Se o jovem não tem uma boa inserção no mercado de trabalho, isso provavelmente vai dificultar a saída dele da casa dos pais, o estabelecimento de uma relação afetiva”, explica Ana Amélia Camarano. 

O livro completo está disponível para ser baixado no site do IPEA