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Conferência Nacional de Juventude

 
De 27 a 30 de abril, Brasília foi o cenário da primeira Conferência Nacional de Juventude. Jovens de todas as regiões do Brasil compareceram munidos de crenças ideologias, propostas e expectativas para discutir políticas públicas para este segmento.

Somando-se os envolvidos nas etapas anteriores (Conferências Livres, Municipais e Estaduais) à etapa Nacional, chegamos ao total de 406 mil participantes. Brasília recebeu cerca de 2.400 participantes, entre delegados e convidados.

 

 

O primeiro dia foi marcado pela ambientação. Reconhecimento do espaço, identificação de alianças possíveis para o trabalho de reportagem que iríamos desenvolver. O problema com o credenciamento persistiu, mas as experiências anteriores nas etapas estaduais e municipais serviram como treinamento e amenizaram a questão.

 

 A mesa de abertura da Conferência foi composta por membros do governo e a Vice-Presidente do Conselho Nacional de Juventude (Conjuve), Maria Virgínia Freitas, representante da sociedade civil no conselho. A importância do evento e o caminho percorrido por jovens de antes e pelos de hoje para chegar neste ponto foram os principais destaques das falas. Maria Virgínia que coordena o Programa Juventude da Ação Educativa, destacou o novo papel do jovem como sujeito de direito, com especificidades diferentes de adultos e crianças, necessitando por isso de políticas próprias. O Presidente do Conjuve, Danilo Moreira, considerou inovador e mobilizador o sentido da Conferência. Afirmou que esta poderia ser transformadora, à medida que a sociedade civil saia mais atenta e informada ao final da discussão. Por fim, conferiu aos jovens a função de torná-la um sucesso. Marina Silva, até então Ministra do Meio Ambiente, fez referência à importância de, “outros jovens que souberam desafiar o sistema para chegarmos aqui hoje”. Os jovens militantes das décadas de 60 e 70 também foram lembrados por demais integrantes da mesa. Marina ainda ressaltou a necessidade da construção coletiva e intersetorial das políticas públicas, por jovens, governo e sociedade civil. “O que estamos fazendo aqui é política transversal”, disse.

 

Durante a mesa de contextualização que se seguiu, questões como: por que fazer políticas públicas pra juventude e o que se compreende por políticas públicas de juventude foram levantadas, seguidas de breves análises. Mas para se chegar a esse ponto, primeiro foi ressaltante a importância de se trabalhar o conceito de juventude A ex-presidente do Conjuve, Elen Linth, bastante aplaudida pelos presentes, afirmou: “Precisamos quebrar paradigmas de juventude estereotipada para poder diolagar de fato. Devemos conseguir olhar para além da condição própria, de negro, de mulher, de indígena, deficiente”. A leitura do regimento foi realizada num momento esvaziado pela fila do jantar. Desse modo ficou uma sensação de leitura apressada que precisava ser feita para que se cumprisse o ritual. 

 

 A noite terminou com música, enquanto uns assistiam ao show de Fernanda Porto, outros se divertiam ao som de Funk em uma tenda do lado de fora. Tão diferentes quanto os gostos musicais, as roupas, cabelos e sotaques pareciam anunciar a pluralidade de posições que se apresentaram no decorrer da conferência. Os jovens da região nordeste adotaram o uso de chapéu de palha como seu símbolo na Conferência

 

 Vinte e dois Grupos Temáticos ocupariam a segunda-feira, mas os organizadores não incluíram o GT Juventude do Campo, gerando certo mal estar. Uma sala improvisada foi a solução para acomodar os participantes, sem cobertura e sem ar condicionado. Cada um dos 23 GTs poderia tirar até quatro propostas sobre seu tema e mais duas gerais. Na terça-feira, sem espaço para debates, as 70 propostas mais votadas foram encaminhadas para votação no chamado momento interativo. O método foi o mesmo utilizado e criticado no Rio de Janeiro. Cada delegado tinha direito a dez bolinhas adesivas e poderiam colar até três em uma mesma proposta e dividir as demais entre as propostas restantes. Mas durante o início da votação não existia fiscalização. Alguns delegados colavam todos os adesivos em uma mesma proposta, outros tiravam de uma para por em outras, uma delegada que não quis se identificar, conta que perdeu seus adesivos e para poder votar retirou alguns de propostas que julgou ter muitos para colar nas suas. Membros da Comissão Organizadora, diante da cobrança de representantes da sociedade civil organizada, se isentaram desta responsabilidade atribuindo a responsabilidade pelo controle de fraudes na votação aos próprios delegados.

 

 Ao fim da votação as 18 propostas mais votadas foram automaticamente aprovadas. As três vagas que restaram seriam disputadas por votação entre as seis seguintes mais votadas. Em um dos momentos mais emocionantes da Conferência a proposta relativa ao GT dos jovens com deficiência, que não havia sido contemplada, foi aprovada por unanimidade. As vagas seguintes foram disputadas entre segurança, cultura e juventude rural. Diante de quase uma paridade entre os temas Juventude do Campo e segurança, o presidente do Conjuve decidiu aumentar de 21 para 22 propostas incluindo também a proposta referente à cultura. Sem mais discussões a terça-feira foi encerrada.

 

 O último dia de Conferência foi dedicado à votação de moções. Já em clima de despedida, delegações de vários estados confraternizaram deixando como marca da 1° Conferência Nacional o processo participativo marcado pela disposição de dialogar e construir juntos novo cenário político e social para os jovens e as jovens do Brasil, independente das dúvidas de muitos sobre os resultados concretos que possam ocorrer como resultado desta primeira Conferência Nacional.

 

 Veja aqui as resoluções e as prioridades da Conferência que serão enviadas a estados e municípios, ao congresso e ao governo Federal, que avaliarão as propostas.

Saiba mais sobre a 1ª Conferência Nacional de Juventude

 
Leia o relatório_final_do ENJUNE