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Avanços para a Educação no Campo

Promover um ensino mais igualitário, que supere as desigualdades existentes entre a cidade e o mundo rural, é um dos objetivos do ministro da Educação, Fernando Haddad. Nesse sentido, o Ministério da Educação (MEC), por meio da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad), tem dado passos significativos. Um deles foi a criação da Comissão Nacional de Educação no Campo, cuja missão é assessorar o MEC na formulação de políticas públicas para a educação no campo.

Coordenadora geral da Educação do Campo da Secad, a pernambucana Sara
Lima, de 38 anos, é a secretária-executiva da Comissão. Segundo ela,
nos dias 1 e 2 de julho, o colegiado se reunirá para eleger as
prioridades e a agenda de trabalho para este ano.

Em entrevista
exclusiva ao Instituto Souza Cruz, Sara adianta algumas das principais
demandas da educação no campo e lembra que a questão tem sido pauta do
governo desde 2003.

Como é constituída a Comissão Nacional de Educação no Campo?

São
18 integrantes no total. A comissão abrange dez representantes dos
ministérios da Educação e do Desenvolvimento Agrário (MDA), da União
Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), do Conselho
Nacional de Secretários de Educação (Consed); e oito integrantes de
movimentos sociais de abrangência nacional: Centros Familiares de
Formação por Alternância (Ceffas), Confederação Nacional dos
Trabalhadores da Agricultura (Contag), Comissão Pastoral da Terra
(CPT), Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (Fetraf),
Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Movimento das Mulheres
Campesinas (MMC), Movimento dos Trabalhadores sem Terra (MST) e Rede
Educacional do Semi-Árido Brasileiro (Resab).

Quais são as expectativas e os principais desafios dessa Comissão?

Essa
comissão tem como objetivo assessorar o ministro da Educação, Fernando
Haddad, na formulação de políticas públicas para a educação do campo.
Nos dias 1 e 2 de julho, teremos uma reunião para fechar a agenda de
trabalho da comissão, e definir as prioridades.

Na sua opinião, quais são as principais demandas da educação do campo?

Uma
delas é que a educação do campo se torne política pública. As escolas
deverão se apropriar desta política, pois elas têm um papel importante
para o camponês, para o desenvolvimento sustentável do meio rural, para
a agricultura familiar. Levar essa política a estados e municípios será
um desafio. Outra demanda é produzir propostas pedagógicas que tratem
das especificidades do campo. A construção do Plano Nacional de
Educação do Campo também será foco da agenda de trabalho da Comissão.

Como a senhora vê as organizações e os movimentos sociais que já trabalham com educação do campo?

Historicamente,
a educação do campo foi pautada pelos movimentos sociais e sindicatos
do campo. Eles tiveram papel fundamental para assegurar o debate e a
efetivação de políticas públicas para a educação no campo. Logo, a
participação efetiva destas organizações junto ao governo vem
fortalecendo a educação do campo nos seus reais valores.

Como e quando a educação do campo entra na pauta de ações do MEC?

É
importante lembrar que a educação do campo entrou como pauta do governo
em 2003, quando o MEC criou o Grupo Permanente de Trabalho (GPT) de
Educação do Campo para subsidiar o Governo Federal na formulação de uma
política de educação no campo e na implementação das diretrizes para
escolas do ensino básico da área rural. Este grupo estava sempre em
diálogo com a sociedade civil. Em outubro do mesmo ano, foi realizado o
I Seminário de Educação no Campo, do qual saíram subsídios para uma
Política Nacional de Educação do Campo. Então, esta comissão vem
reconhecer essa trajetória do GPT e efetivar a participação da
sociedade civil e do governo.

Publicado em 16/05/2008
No site do Instituto Souza Cruz, por Andrea Guedes