Dissertação de Mestrado (Programa de Pós-Graduação em Educação/UFF). Resumo
O debate em torno da adoção de Ações Afirmativas no Brasil voltadas para a população negra tem, na implantação em 2002/2003 do sistema de reserva de vagas para auto-declarados negros(as) no acesso à Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e à Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF), um marco na ampliação dos estudos sobre políticas para promoção de igualdade de oportunidades e sobre o Ensino Superior. O trabalho buscou problematizar as contradições, limites e avanços da adoção de políticas focais (Ações Afirmativas), bem como, os impactos da medida nas trajetórias individuais e coletivas de jovens negros (as) ingressantes nos Vestibulares 2003 e 2004 na Escola Superior de Desenho Industrial (ESDI/UERJ). Utilizando fontes documentais, observação do campus universitário, aplicação de questionário e entrevistas semi-estruturadas a pesquisa revelou mudanças significativas referentes à presença de jovens negros(as) no curso, indagando sobre as motivações que os(as) levaram a escolher a carreira de design, considerada socialmente como de alto prestígio, bem como, sobre suas percepções a respeito das relações entre prestígio e sucesso e sobre o impacto desta escolha na construção de seus projetos futuros.
O estudo inventariou as experiências dos(as) jovens negros(as) na instituição, marcadas por disputas e tensões. Os(As) jovens narram modificações em suas percepções identitárias, suas interpretações de mundo e estratégias para alcance de outra posição a ser construída socialmente articuladas às novas redes de sociabilidade, constituídas a partir de sua entrada.
Ano de defesa: 2005
Orientadora: Iolanda de Oliveira
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