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Fala jovem!

Um bate-papo sobre participação e política – eleições 2006

Faz algum tempo que a juventude tem direito garantido de votar aos 16 anos. É um reconhecimento da sociedade e do Estado de que jovens têm o que dizer e de que sua participação é importante. Foi em decorrência da vontade de ouvir a juventude que o Jornal da Cidadania promoveu um debate sobre participação e política – eleições 2006.

Convidamos jovens de várias idades para um bate-papo de jovem para jovem. A idéia foi ouvir o que cada um(a) tinha a dizer, abrir espaço para que pudessem falar de seus sentimentos, do que esperam do país, como se sentem em relação às eleições. Um espaço para que pudessem se expressar sem rótulos ou censuras.

O coordenador do Observatório Jovem da Universidade Federal Fluminense, Paulo Carrano, foi convidado para ser o moderador do debate. Seu papel foi o de trazer alguns dados sobre juventude e eleições e provocar a discussão. Os(as) jovens presentes foram: Diego Santos Francisco, 18 anos, estudante do Pré-Vestibular para Negros e Carentes; Taís Cristina Gomes de Luna, 17 anos, estudante de pré-vestibular comunitário; as irmãs Liliane da Silva Queiroz, 16 anos, estudante do 1º ano, e Suelen da Silva Queiroz, 17 anos, estudante do 2º ano, e Luis Eduardo Moraes Moreira, 20 anos, estudante do 3º ano, do Colégio Estadual Herbet de Souza.

Ao longo de duas horas, foi possível perceber que encaram o voto com responsabilidade, quebrando as freqüentes observações da sociedade de que jovens não votam porque são irresponsáveis e não estão conscientes. Também se mostraram informados(as) sobre a realidade do país, questionadores(as) e observadores(as) críticos(as) de políticos e da política. Quer saber como foi o debate?Então, vamos a ele.

Tirar ou não tirar o título de eleitor?

Taís – Não quis tirar o título, talvez porque o Brasil esteja do jeito que está. Pensei: “pra que tirar o título, pra fazer parte dessa corrupção toda?”. Esse era o ponto de vista de todos os meus amigos. Pensava que meu voto não ia fazer diferença, mas depois, com o tempo, vi que faz. Mesmo assim, é melhor esperar um pouco, amadurecer. Ainda não sei se vou conseguir votar certo, se vou ficar com consciência pesada. A responsabilidade bateu.

Liliane – No final do ano passado, tentei tirar o título, mas não tirei porque a moça da seção eleitoral disse que eu era muito nova, tinha 15 anos. Fiz aniversário em fevereiro deste ano. Minha mãe até perguntou o porquê, mas a moça não explicou nada. Não reparei se tinha cartaz estimulando jovens ao voto. Depois, não voltei mais porque fiquei desanimada. Apesar disso, acho que meu voto faz falta. Estava muito curiosa para votar.

Suelen – Nunca fui muito interessada em votar. Vou fazer 18 anos em outubro, mas não estou ansiosa. Queria continuar com 16 pra não ter que votar. Acho que é muita responsabilidade eleger alguém pra governar sua cidade, seu país. Um voto errado estraga tudo.

Diego – Sempre participei de grêmio. Quando fiz 16 anos não tiveram eleições, mas a primeira coisa que fiz foi tirar o título. Tentei estimular que meus amigos fizessem o mesmo. Quando tinha 17, tiveram eleições municipais. Escolhi o candidato pelas idéias, nem foi o que ganhou, mas era o meu candidato, em quem eu acreditava.

O que definem como voto certo e errado?

Suelen – Acho que os políticos de hoje não expressam bem o que querem. Falam qualquer coisa. Vamos na onda deles e quando vemos nos arrependemos porque não fizeram nada do que disseram.

Diego – O voto certo é aquele que tem a ver com o que eu penso e com as idéias que acredito. Essa mentalidade do certo e errado divide e confunde a gente. Se o candidato em quem eu acredito não vai ser o certo porque a maioria não vai votar nele, onde está a minha credibilidade? Eu falava com meus amigos que ia votar em tal pessoa e eles diziam que ele ia perder. Mas era em quem acreditava. Eu acredito na minha responsabilidade.

Taís – O voto certo é no candidato que vai fazer a diferença, que vai ajudar todo mundo, que vai deixar todos satisfeitos. Eu sei que isso, hoje, é meio impossível. Mas talvez, por achar impossível, não dê muito valor ao voto. Sempre tem aquela culpa, me sinto culpada se votar em determinado candidato e ele não chegar onde a população quer que ele chegue. Se não votar, não me sentirei mal por ele não ter cumprido a promessa. Estou decepcionada demais. Sei lá, parece que todo mundo é igual, que todo mundo faz do mesmo jeito, que sempre é assim. A população dá oportunidade para o candidato materialista, que dá mais coisas, vai muito pelo interesse.

Na hora de votar em quem temos que pensar: em nós mesmos(as), na família, na comunidade, no país?

Diego – Eu penso que é assim: a gente começa com as menores esferas, família, nossa comunidade, bairro, cidade, no que vamos ter de benefício em cada uma delas. O ser humano é assim, pensa no mais próximo. Nem sempre a mídia expõe aquilo que está acontecendo realmente. Então, na maioria das vezes, ficamos com noções erradas. Pensamos: “eu não estou sendo beneficiado”. O candidato fala assim: “eu vou criar 10 milhões de empregos”. Você acha que vai chover empregos, sabe? Pô, diz que vai criar 10 milhões e eu ainda estou desempregado? Como assim? Por isso, pensamos no mais próximo. Porque é motivador votar no candidato que vai dar isso tudo de emprego, vai acabar com a fome no país. Só que as coisas não são tão fáceis. A gente acha que é fácil chegar lá, ser governante da nação e ter um monte de gente sob o seu poder em um país grande pra caramba. Que vai ser tudo muito rápido, como na minha casa, eu falo que amanhã vou arrumar meu quarto e arrumo. Se isso depender de mais gente, eu não vou conseguir arrumar meu quarto amanhã. Erramos porque achamos que vai ser tudo num passe de mágica, e não é assim.

Se fossem votar este ano, o que gostariam de ouvir de um(a) candidato(a)?

Liliane – Acho que promessa é uma coisa que nenhum cumpre. Não vou muito pelo lado das promessas. Gosto de acompanhar a propaganda eleitoral e ver só um pouquinho para poder ter uma noção básica.

Suelen – Eu me prendo mais ao que o candidato já fez. O que me tocaria hoje seria o caso das escolas. Os professores passam pra gente que recebem o salário, mas não recebem vale-transporte etc. E o governo não está nem aí. Isso prejudica a gente. No dia em que o professor não tiver nem dinheiro pra passagem, como vai pra escola? E o governo está dando mais valor ao cheque-cidadão do que a capacitar as pessoas para o trabalho. Os governantes estão mais preocupados com o que eles vão dar para as pessoas votarem neles do que com o futuro delas.

Diego – O que me motiva a votar em um candidato é o investimento em educação. Precisamos de um governante com coragem para investir na educação pública, no fortalecimento das escolas, dos professores, no material das escolas. Não em programas. A gente vê países muito menores que investem em educação e vão pra frente. Por que será que essa não é a mentalidade dos nossos governantes? É muito mais fácil ter pessoas que não sabem ler, escrever, que não têm educação formal, não entendem de política. São pessoas que vão se tornar menos críticas.

Luís – Acho que educação é a base de tudo. Tem que ter uma educação boa para uma possível organização, uma possível consciência de classe. Acredito no fortalecimento dos sindicatos para uma possível quebra do Estado, colocando os sindicatos no lugar do Estado, uma representação do povo de maneira direta. Toda ação do homem é política. Se o homem não está organizado, não existe política, existe um vaqueiro tomando conta da sua boiada.

Além da educação, o que mais preocupa vocês?

Taís – Saúde é fundamental. Precisamos de sáude para caminhar, lutar, protestar. É o que está sendo menos valorizado hoje. Você vê desvio de dinheiro que ia para hospital e ia ajudar muita gente.

Suelen – Saúde. Sem saúde, como a gente vai conseguir ficar de pé pra lutar e conseguir o que a gente está querendo?

Diego – Quebrei o dedo e levei oito horas pra ser atendido no Souza Aguiar. Na época da intervenção federal, tive uma irritação no olho e fui de madrugada para o Hospital do Andaraí. Fui atendido em 15 minutos. Acabou a intervenção e voltou tudo a ser como era antes. Não há pessoas que digam: “Vamos gritar juntos pela saúde”, sabe? As pessoas se adaptaram. Ficar dez horas esperando pra ser atendido já é dado como normal, embora isso não seja legal.

Os(as) jovens de hoje participam da política?

Diego – Vai depender do meio em que o jovem está. Alguns são estimulados dentro da escola. Alguns participam, estão preocupados com a política. Mas uma maioria está em casa e não quer fazer nada, não quer nem saber o que está acontecendo no país. Não que seja desinteressada. O jovem é interessado e até é um grupo bom para se trabalhar, porque está buscando autonomia. Por exemplo, tem muito jovem que está dizendo: “Caramba, já tenho 16 anos, posso votar, beleza!”. É na juventude que pode se fazer isso, instigar movimento, porque são pessoas que querem se afirmar.

Suelen – Eu estou mais para os que participam. Tem horas que a gente não quer se interessar por nada, quer deixar tudo de mão. Tem horas que a responsabilidade chama. Mas é muito difícil pra gente ter que decidir, escolher candidatos. É difícil, é chato. Nem todo mundo gosta de ver horário político, acompanhar a Câmara Municipal. Nos interessamos por coisas que vivenciamos. Vamos absorvendo o que está mais perto.

Quem tem que estimular a participação?

Suelen – É dentro de casa que a gente aprende a viver no mundo. Nossos pais nos ensinam, dão aquela noção básica. É claro que, com o passar do tempo, a gente vai criando as nossas noções.

Taís – Dentro de casa. Mas nem todo mundo tem o pai e a mãe para dar aquela criação. Essas pessoas, na maioria das vezes, são desviadas pelo ambiente em que vivem, acham mais fácil seguir um caminho diferente. Tem gente que prefere ir para o crime, por exemplo, do que para a política, porque é mais informado sobre crime do que política.

Diego – Engraçado. Eu percebo o que ela falou dentro da minha comunidade e fora da comunidade. Você vê cada vez mais pessoas do dito “asfalto” subindo para a favela para ficar na vida do crime. Aí, você pensa: “O que leva um jovem a fazer isso?”. Aí, você começa a analisar as esferas em que ele participa. Eu penso que, dentro da sua família, nem sempre você vai ter um pai ou uma mãe com uma visão política aberta ou que vai estimular o estudo. Eu conheço crianças de 8, 10 anos que já têm autonomia dentro de casa. Então, vai depender do que cada um vivencia. Se tem dentro da escola um modelo legal para seguir, um plano de educação, vão ser estimulados a ter um jeito novo de viver, buscar alternativas. Hoje, temos dentro da sala de aula professores frustrados, principalmente dentro das escolas públicas, onde está concentrada a maior parte. Se não tem alternativas dentro da escola, o jovem vai querer o quê? Vai querer o que dá mais alternativa.

Vocês se sentem estimulados(as) a participar na escola?

Suelen – Por um lado, sim. Alguns professores ajudam a buscar mais, falam: “lê o livro tal, lê aquela reportagem para vocês se informarem”. Mas tem aqueles que não dão exemplo nenhum, só ensinam o errado. Existem professores que vão para o pátio fumar. Se quer fumar, deve fazer isso lá fora. Deviam dizer para o aluno não fumar, perguntar: “seu pai sabe?”. Fumar não é educativo.

Diego – Os jovens estão sempre buscando referencial. A escola que estudei, Júlia Kubistchek, era excelente. Por ser uma escola de formação de professores, tinha várias atividades. Foi lá que obtive uma visão mais completa de grêmio como um espaço político, que faz, que luta. Os alunos eram estimulados e a direção participava muito. Fazíamos debates, os professores colaboravam. Sempre mantivemos um diálogo bom com a direção, conseguíamos apresentar as nossas reivindicações, nossas demandas, numa boa. Aprendi a diferença entre o que dá para realizar ou não. Às vezes, a gente pensa grande demais e, depois, percebe que tudo tem limitações. Temos dificuldades em aceitar isso. Acho que é a escola que fortalece. Mesmo os mais desinteressados estão vivenciando um espaço de cultura dentro da escola. Se você não está interessado, está absorvendo aquilo, uma hora isso vai servir. Se você não tem dentro do seu lar, vai buscar na escola. Se não tem na escola, vai buscar com seus amigos. E quem são seus amigos para você buscar como referencial? Está tudo ligado: a política, a educação, o que o jovem vai fazer, vai ser.

Taís – Na minha escola, não era permitido ter grêmio, é uma regra da escola. A gente tentou organizar um grêmio, mas não deu certo. Acho que faltou também interesse dos alunos. Seria bem legal se tivesse. Teve um grupo que tentou animar o pessoal, mas não deu certo.

O que motiva um jovem a participar de algo, a fazer parte de um grupo?

Suelen – O que me motiva é a possibilidade de mais integração com outras pessoas. Vou me interessar por aquilo que acho que vai me oferecer mais possibilidades no futuro. Mas nem tudo o que interessa a um outro jovem vai interessar a mim.

Luís – Eu já participei de alguns movimentos, como o movimento estudantil. Acho que o gosto é moldado pela educação, seja boa ou má. É algo que começa na base. Se a pessoa não tem uma educação legal, não vai querer buscar a participação. Não estou falando só da educação que recebemos em casa, mas também a que vem do colégio. Hoje, tanto nos colégios como em casa, em geral, não há um incentivo em relação aos conhecimentos de política. Os colégios, hoje em dia, desenvolvem um sistema de alienação, os alunos não são formados para questionar e sim para aceitar calados.

Diego – Pra fazer parte, preciso gostar da idéia. Eu, por exemplo, gosto de política, por isso gosto de participar de discussões como a de hoje. Participei de grêmio porque gostava dessa idéia, participo de um grupo de música porque gosto de música. Essa escolha está muito relacionada com o que cada pessoa gosta, assim, abraçamos a idéia, nos identificamos com ela.

Hoje, existe um movimento em prol do voto nulo. Algumas pessoas acreditam que votar nulo é uma forma de dar uma resposta ao cenário político atual; outras vão dizer, “cuidado, lutamos tanto pelo voto, agora vamos jogá-lo fora?”. Como vocês vêem isso?

Suelen – Votar em branco ou votar nulo não adianta nada. Seria mais fácil votar na pessoa em que eu acredito que possa mudar a história. Há algum tempo, eu falava pra minha mãe e meu pai que votaria em branco porque não queria votar em candidato nenhum. Até que minha mãe me explicou que não adianta votar nulo e que, de forma indireta, meu voto estaria indo justamente para quem eu menos queria eleger.

Luís – Não acredito nisso, sempre haverá alguém que vai votar. Por que ir? Eu preferia usar esse tempo para organizar mais os estudantes. Todo dia é dia de ter ato, é dia de ter organização. Um dia de votação seria um momento oportuno para organizar um ato contra as eleições. Pode ser radical, mas o que conseguimos até hoje? A multa por não votar é de R$ 3,50, quase o mesmo que gastaria de passagem para votar.

Diego – Outro dia, li na traseira de um carro: “Vamos votar nulo para mudar essa porcaria que está aí”. Eu pensei, “caramba, votar nulo?”. Temos que analisar os candidatos, ver certinho a história de cada um, averiguar o que fizeram. O que a gente vê foi o que aconteceu dentro de um partido. Todos pensam, “que escândalo, como foi que isso aconteceu?”. Mas quase ninguém pensa que se você for analisar o outro partido, vai encontrar os mesmos problemas. É meio hipocrisia do povo dizer: “Caramba, ele está no poder e está fazendo isso!”. Eu vou votar nulo por causa disso? Não, vou estudar todos os candidatos e votar naquele que parece ter planos possíveis de serem realizados, ações que possam ser concretizadas. Tenho que votar. Votar nulo é perder tempo e mostrar que realmente não estamos preocupados com nada em nosso país.

Vocês se sentem bem-informados(as)?

Taís – Se a pessoa não estiver bem-informada, troca o voto por qualquer quilo de alimento. Aí, ela vota porque acha que se a pessoa se eleger, vai continuar dando, mas não é o que acontece. Quem ganha acaba esquecendo daquela população, dá aquilo, ganha o voto e depois deixa de lado.

Liliane – Eu não me sinto muito bem-informada. Em todos os tipos de mídia, não acho que haja informações suficientes pra gente poder entender o que está acontecendo.

Qual é a expectativa de vocês em relação às eleições deste ano?

Liliane – Acho que todo brasileiro está com um pé atrás, não está tão interessado quanto nas eleições anteriores. No horário político, eles falam sempre a mesma coisa, se eu sei tudo o que eles vão falar, de que adianta assistir?

Suelen – É sempre a mesma coisa, não tem diferença de um partido para o outro. Por exemplo, cada um diz que no seu partido foi feito mais, embora eu não consiga enxergar para onde foi aquela grande quantidade de empregos que todos eles falam. Para onde foram esses empregos, se tem tanta gente desempregada? É o mesmo quando se trata de escola, falam que abriram escolas novas, que melhoraram outras escolas, mas cadê? Eles falam de coisas que nós nunca vimos, no caso dos hospitais acontece o mesmo.

Diego – Penso que vai ser uma eleição de muito protesto pelo que aconteceu no país, mas estou otimista em relação aos meus ideais. Já tenho quase certeza do meu voto, minha opinião já está praticamente formada.

Taís – Não estou muito animada. Todo mundo reclama, mas o mesmo candidato vai lá e ganha. Não sei se é falta de candidato ou o fato de darem destaque para uns e não para outros. Falta a imprensa focar um pouco mais em candidatos com menos destaque para termos informação. Não vejo muito falar do jovem.

Quais os requisitos para um bom candidato?

Diego – Um bom candidato é aquele que vai oferecer mais benefícios para todas as esferas, desde o meu bairro à nação inteira. O bom candidato é aquele que pensa na realidade e não naquilo que é só sonho ou naquilo que é grande demais. É muito legal falar, mas o mais legal é aquele candidato que consegue colocar as idéias no limite da realidade, daquilo que pode ser feito.

Vocês sabem para quais cargos teremos que votar este ano?

Liliane – Acho que é para presidente, né?

Suelen – É para presidente, governador, senador, deputado federal e deputado estadual.

*Participaram também do debate os(a) seguintes representantes do Ibase: Diego Heredia, Fernanda Carvalho e Maurício Santoro.

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Publicado no Jornal da Cidadania nº 135 – junho de 2006.