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Entrevista com o Deputado Federal Cláudio Vignatti

O Deputado Federal Cláudio Vignati (PT-SC), fala da importância da Semana Nacional de Políticas Públicas de Juventude, realizada em setembro de 2003, para a democratização do debate no país

Observatório Jovem   12.12.2003
 
Observatório Jovem - Que avaliação o senhor faz da   Semana Nacional de Juventude?

Cláudio Vignati (C.V.) - Primeiro nós tínhamos a expectativa de trazer os jovens do Brasil todo para Brasília. Conseguimos cumprir essa expectativa trazendo várias organizações que pensassem e trabalhassem com a juventude. Mais de 20 organizações que pensam juventude estão presentes, não só Ongs, temos também várias secretarias estaduais e várias municipais que estão na ativa. Acho que a soma de tudo isso pode construir uma base fundamental para o desenvolvimento do Plano Nacional de Juventude. As experiências aqui acumuladas servem para nos ajudar a formular nossas diretrizes para termos um trabalho metodológico melhor finalizado, configurado e sedimentado para propor nas audiências públicas dos Estados. Acho que a semana está cumprindo esse objetivo e quando a juventude vem – temos cerca de 500 jovens presentes no seminário o que ultrapassou um pouco nossas expectativas que eram de 350 a 400 jovens –, isso é positivo e demonstra de fato a sede da juventude em debater esse tema. É claro, sempre tem alguns atropelos, tivemos várias dificuldades para organizar o evento, mas do ponto de vista do resultado, da produção da construção de políticas, acho que está dentro da expectativa, dentro do esperado.

O.J - Alguns jovens estão dizendo que estão com pouco tempo para falar, que a metodologia não está muito interessante, mas talvez o objetivo da semana não tenha sido realmente de fazer um debate entre os jovens, mas algo para qualificar o debate sobre o Plano Nacional.

C.V. - É uma semana com caráter de formação, claro que com o diálogo, a partir das perguntas de 3 minutos, o que não é pouco, já que falam cerca de 12, 15 pessoas a cada painel. Não é em qualquer encontro que se abre essa possibilidade. As mesas estão cumprindo o tempo de 10, 15 minutos para cada expositor. Somando teríamos que ter menos mesas, mas nós não cumpriríamos o objetivo de colocar quem pensa a juventude de falar nesse encontro até para termos eco nacional. Os 500 jovens que estão presentes no seminário de uma forma ou outra são expectadores e também serão articuladores desse processo colaborando nas assembléias legislativas, nas audiências públicas. Eles serão reprodutores de um debate de concepção de juventude que estamos trazendo a tona de quem pensa a juventude numa ótica diferente da tradicional.

O.J - É mais fácil também promover um debate mais amplo no âmbito local do que no nacional, então, se esses jovens voltam e começam a ser os multiplicadores nos seus lugares é muito mais fácil fazer esse debate mais ampliado que eles aqui reivindicam.

C.V - Com certeza, a idéia é que a partir do acúmulo de idéias e de conhecimentos e informações que eles têm aqui possam reproduzir um debate nacional no seu município, no seu estado, no seu bairro, na sua região, na sua ONG.

O.J. - Quais são os desafios para fazer com que os debates que ocorreram aqui nessa semana se estendam ao território nacional?

C.V. - Em primeiro lugar nós estamos pensando em publicar um livro do debate para poder juntar todas as informações, em segundo lugar nós vamos sistematizar todo o processo para que a gente possa de fato passar para todo mundo as informações que podem servir de base para as próximas audiências públicas nos Estados. A idéia é que a gente faça audiências em todas as Assembléias Legislativas dos 27 Estados brasileiros no período de um ano. Não temos tempo para cuidar de todo o Brasil, então cada deputado cuida de seu Estado, mas não tem deputado em todo o Estado cuidando da juventude e poucos se interessam pelo tema também. Então nós precisamos viajar, os próprios membros da comissão, sendo que nem todos assumem o papel que têm dentro da comissão, vamos ter que multiplicar, dividir atividades para a gente poder viajar pelo Brasil, pra sedimentar a construção de um Plano Nacional e de um Estatuto da Juventude. Para que a gente consiga fazer um diálogo com os deputados, com os vereadores e com as organizações de todos os Estados, porque aqui também não está todo mundo que formula as políticas de juventude no país.