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Mural

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Repúdio ao rebaixamento da idade penal


Sociedade Brasileira de Defesa da Criança e do Adolescente

Fórum Nacional DCA

Manifesto de repúdio ao rebaixamento da maioridade penal - Carta aos parlamentares




Brasília – DF, 13 de Fevereiro de 2007.

Carta Circular 002/2007

Referente: Manifesto de repúdio ao rebaixamento da maioridade penal

Aos Ilustríssimos Deputados Federais e Senadores

Caros Parlamentares!

O Fórum Nacional DCA e os Fóruns Estaduais DCA’s, bem como as suas Entidades Filiadas, vêm através desta, registrar a sua solidariedade à família do menino João mais uma vítima da situação de violência em que vivemos nos últimos anos. Situação esta vivida por muitas famílias que anônimos choram a dor da perda de seus filhos.

Estamos todos mobilizados e queremos construir um país de paz.

Sabemos que isso é possível. Sabemos, porém que lançar mão de estratégias simplistas que respondam de forma imediatista a situação de violência que se instalou é uma atitude irresponsável e paliativa.

Precisamos sim de mudanças radicais na política econômica, na destinação de verbas do orçamento que considerem criança e adolescente prioridade absoluta.

Precisamos rever imediatamente a forma como vêm sendo tratados os adolescentes envolvidos em ato infracional. Precisamos implantar em regime de urgência o SINASE.

Precisamos agir preventivamente, garantindo recursos para educação infantil, para atendimento a vítimas de violência física, psicológica ou sexual, investir na erradicação do trabalho infantil e que o adolescente de fato tenha acesso a programa de aprendizagem. Precisamos garantir a implantação do Plano Nacional de Convivência Familiar e Comunitária inclusive para aqueles que cumprem medida sócia educativa de internação.

Precisamos investir de fato em políticas públicas voltadas para crianças e adolescentes, políticas que garantam melhoria na qualidade de vida deles e de suas famílias e de toda a sociedade.

Mudar a lei em decorrência de um fato, que sabemos doloroso para todos nós, em especial para a família da criança morta brutalmente no Rio de Janeiro, na semana passada, não garante que haverá diminuição no número de adolescentes e jovens envolvidos no crime e da violência em geral.

Uma sociedade que tem seus direitos básicos negados tende a se tornar indiferente aos direitos dos outros.

Não ao rebaixamento da idade penal e sim a implementação de políticas públicas voltadas para a criança, adolescente e suas famílias.

Assinam esse manifesto, o Fórum Nacional DCA, os 27 Fóruns Estaduais DCA’s, bem como as Entidades Filiadas (lista em anexo).


Entidades Filiadas ao FNDCA:

ABEC – Marista - Associação Brasileira de Educação e Cultura
ABMP – Associação Brasileira de Magistrados e Promotores em Defesa da Criança e do Adolescente
ABONG – Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais
ABRAPIA – Associação Brasileira de Multiprofissional de Proteção à Infância e a Adolescência
ACM – Associação Cristã de Moços

Ágere – Cooperação em Advocacy

Aldeias Infantis – SOS

AMENCAR – Associação de Apoio a Criança e ao Adolescente 
ANCED – Associação Nacional dos Centros de Defesa da Criança e do Adolescente

Cáritas Brasileira

CECRIA - Centro de Referência, Estudos e Ações Sobre Crianças e Adolescentes

CECUP – Centro de Educação e Cultura Popular

CATCentral Autônoma de Trabalhadores


CCLF – Centro de Cultura Luiz Freire

CFESS – Conselho Federal de Serviço Social

CFP – Conselho Federal de Psicologia

CGT – Confederação Geral dos Trabalhadores

CNTE – Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação
Comunidade Baha’i

CONTRATUH - Confederação Nacional dos Trabalhadores em Turismo e Hospitalidade

CISBRASIL - Conferência das Inspetorias Salesianas de Dom Bosco do Brasil

CRIA – Centro de Referência Integral de Adolescentes

Criança Segura

CUT – Central Única dos Trabalhadores

Federação Nacional das APAE’s

FENATIBREF – Federação Nacional dos Empregados em Instituições Beneficentes, Religiosas Filantrópicas

Fundação Abrinq pelos Direitos da Criança

Fundação Fé e Alegria – RJ

Fundação L’Hermitage

Fundo Cristão para Crianças

IBASE – Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas

IBISS – Instituto Brasileiro de Inovações Sociais

IBISS – CO – Instituto Brasileiro de Inovação Pró-Sociedade Saudável Centro-Oeste

INESC – Instituto de Estudos Sócio-econômicos

Instituto Telemig Celular

Kindernothilfe – KNH Brasil

MNDH – Movimento Nacional de Direitos Humanos

MNMMR - Movimento Nacional de Meninos e Meninas de Rua

MOC – Movimento de Organização Comunitária

NTC – PUC - Núcleo de Trabalhos Comunitários da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

NOVA PESQUISA E ASSESSORIA EM EDUCAÇÃO

OAB – Ordem dos Advogados do Brasil

Organização de Direitos Humanos Projeto Legal

Pastoral da Criança

Pastoral do Menor da CNBB

PLAN

Projeto de Meninos e Meninas de Rua de São Bernardo do Campo (SP)

SBP – Sociedade Brasileira de Pediatria

UBEE – Marista

UCE – Marista

UNBEC - Marista

USBEE – Marista

VISÃO MUNDIAL

FÓRUNS ESTADUAIS DCA’s:

Fórum Estadual DCA ACRE;

Fórum Estadual DCA ALAGOAS;

Fórum Estadual DCA AMAZONAS;

Fórum Estadual DCA AMAPÁ;

Fórum Estadual DCA BAHIA;

Fórum Estadual DCA CEARÁ;

Fórum Estadual DCA DISTRITO FEDERAL;

Fórum Estadual ESPÍRITO SANTO;

Fórum Estadual DCA GOIÁS;

Fórum Estadual DCA MARANHÃO;

Fórum Estadual DCA MINAS GERAIS;

Fórum Estadual DCA MATO GROSSO DO SUL;

Fórum Estadual DCA MATO GROSSO;

Fórum Estadual DCA PARÁ;

Fórum Estadual DCA PARAÍBA;

Fórum Estadual DCA PERNAMBUCO;

Fórum Estadual DCA PAIUÍ;

Fórum Estadual DCA PARANÁ;

Fórum Estadual DCA RIO DE JANEIRO;

Fórum Estadual DCA RIO GRANDE DO NORTE;

Fórum Estadual DCA RONDÔNIA;

Fórum Estadual DCA RORAIMA;

Fórum Estadual DCA RIO GRANDE DO SUL;

Fórum Estadual DCA SANTA CATARINA;

Fórum Estadual DCA SERGIPE;

Fórum Estadual DCA SÃO PAULO;

Fórum Estadual DCA TOCANTINS.

 

Projeto integra jovens sul-americanos por direitos

A idéia é reunir grupos de jovens brasileiros, argentinos, chilenos e uruguaios para que eles se tornem agentes de sua própria cidadania por meio da capacidade de exigir seus direitos e políticas públicas para realizá-los

Qual será a cara da juventude dos países sul-americanos nos dias de hoje? Quais os seus anseios, sonhos, projetos de vida? E sua inserção na sociedade complexa e excludente dos tempos atuais? Questões como essas mobilizam o projeto Juventude, Democracia e Direitos Humanos, que integra grupos de jovens brasileiros, argentinos, chilenos e uruguaios em um trabalho de investigação e debate sobre as políticas para juventude em seus países. No Brasil, a FASE participa organizando grupos de jovens do Rio de Janeiro e Pernambuco em oficinas sobre sua realidade e seus direitos, como a que ocorreu em janeiro na Baixada Fluminense.

A idéia é reunir grupos de jovens da região para que eles se tornem agentes de sua própria cidadania por meio da capacidade de exigir seus direitos e políticas públicas para realizá-los. Portanto, não se trata de uma visão da juventude meramente como etapa prévia à entrada no mercado de trabalho. Os grupos participantes desta oficina na Baixada Fluminense, 25 ao todo, corresponderam a esta visão. Foram estimulados a falar de suas necessidades em geral. “O que me chamou muito a atenção é que apareceu como preocupação fundamental a violência, o que está em todo o Brasil, mas também educação e saneamento. Isso nos fez pensar que o jovem não está olhando para si somente como jovem, e sim como jovem dentro de sua comunidade”, afirma Maria Elena Rodriguez, assessora da FASE responsável pelo projeto.

Maria Elena conta que dentre estes 25 grupos havia uma diversidade interessante: grupos produtores de cultura, de jovens homossexuais, grêmios estudantis de vários colégios, jovens trabalhadores. Aquele foi o primeiro encontro intensivo de reconhecimento e capacitação. Agora, cada grupo vai elaborar um plano de trabalho sobre como exigir certo direito que atenda a certa necessidade que o próprio grupo apresentará. “Nós vamos fazer um acompanhamento de cinco meses e quando isso estiver terminado vamos ter um segundo encontro para avaliar o que significou esse processo de exigir direitos”, diz a assessora da FASE.

Faz parte deste processo a discussão sobre os espaços abertos para os jovens na definição das políticas que os afetam. Um exemplo é a atual diretriz do governo federal, que em dezembro estabeleceu o Plano Nacional de Juventude. O objetivo deste plano é forçar municípios a fazer, até o fim deste ano, seus próprios planos municipais de políticas para a juventude. Antes disso, o projeto coordenado pela FASE vai propor uma grande mesa de diálogo com diversas organizações que lidam com público jovem. Este espaço de diálogo será uma preparação para que os jovens interfiram nas discussões sobre os planos municipais de juventude. Neste momento, eles serão capazes de dialogar com o poder público no sentido de afirmar que políticas eles precisam e quais não lhe interessam.

Por fim, os jovens brasileiros vão se encontrar com os argentinos, chilenos e uruguaios, e neste momento o projeto consolidará uma visão muito ampla sobre a identidade da juventude contemporânea destes quatro países da América do Sul. Os jovens dos outros países estão vivendo um processo igual a estes da Baixada Fluminense e de Recife. Por isso, eles vão se encontrar em Buenos Aires no fim do ano. Depois, outros grupos vão se reunir e repetir o processo nos dois anos seguintes e ter a mesma experiência de se capacitar para identificar necessidades, exigir direitos e políticas e, afinal, encontrar colegas de outros países que têm a mesma experiência.

Publicado no Boletim Fase Notícias em 09 de fevereiro de 2007

Jóvenes, Formación y Empleo

Un sitio con diversos contenidos sobre la formación, el campo laboral y el papel que pueden desempeñar los jóvenes en él

Boletín Iberoamericano. Año VIII· Número 148. Enero/2007   

 
Índice:
 
1) Publicaciones y Documentos:
1a) Publicaciones Cinterfor
1b) Documentos sitio Jóvenes/Cinterfor
2) Observatorio de Experiencias:
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1) Documentos:
 
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1a) Publicaciones Cinterfor
 
1a1) Formación escolar para el trabajo: posibilidades y límites. Experiencias y enseñanzas del caso mexicano. de Ibarrola, María. Cinterfor, 2006. 410 p. (Sobre Artes y Oficios, 5)

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Nota:
1a) Pueden solicitar el envío completo de estos libros por correo electrónico en archivo pdf a eabdala@adinet.com.uy
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Reseña:
 
Los textos que se seleccionaron para este volumen reportan las principales reflexiones, construcciones teóricas y metodológicas y los resultados alcanzados a lo largo de treinta años de investigaciones sobre las relaciones entre el mundo de Ia escuela y el mundo del trabajo en México. EI interés del volumen se centra en las enseñanzas que se desprenden de investigaciones a fondo sobre las instituciones escolares mexicanas de nivel medio que se crearon a partir de 1970 para formar a los jóvenes para el trabajo. Se analiza eI lugar privilegiado que alcanzan las instituciones escolares en este país al respecto, frente a la enorme limitación y precariedad de otro tipo de oportunidades de formación.
 
Se introduce a los lectores en Ia "caja negra" de las instituciones escolares de formación para eI trabajo: cómo se conciben y diseñan, cómo se construyen o descuidan los diversos niveles que exigiría Ia consolidación de las mismas, cuáles son las prácticas curriculares y educativas que se ponen en juego en las escuelas de este nivel para ello y cuáles son sus potencialidades y sus límites formativos. A Ia vez el volumen incorpora algunos textos teóricos innovadores para Ia comprensión de Ia naturaleza de los mercados de trabajo en México, Ia naturaleza de las relaciones entre eI mundo de Ia educación y eI mundo del trabajo junto con la identificación de las estructuras institucionales curriculares que delimitan los procesos cotidianos de Ia formación escolar para el trabajo.
 
Finalmente se reportan los resultados del acceso al trabajo que lograron egresados de diferentes niveles y modalidades escolares, cuya formación los orientó a diferentes espacios laborales, y que se analizaron en diferentes períodos a lo largo de los treinta años mencionados. El volumen concluye con un análisis sobre las nuevas tendencias en Ia formación escolar para eI trabajo y un conjunto de reflexiones sobre las investigaciones y políticas necesarias en eI futuro.
 
Índice
 
Introducción
 
Capítulo I
Las relaciones entre el mundo de la educación y el mundo del trabajo
 
1. Repensando las relaciones entre el mundo de la educación y el mundo del trabajo
2. La naturaleza de la institución escolar pública y los procesos relativos de su incidencia sobre lo laboral
3. A manera de conclusión
Bibliografía
 
Capítulo II
El lugar de la escuela en la formación para el trabajo
 
1. La formación escolar para el trabajo
2. La formación en el trabajo
3. La formación de los trabajadores del sector informal o no estructurado
4. Consideraciones finales
Bibliografía
 
Capítulo III
Concepción, diseño y construcción de las instituciones escolares de formación para el trabajo
 
1. Hacia una creciente escolarización de la educación agropecuaria nacional posrevolucionaria
2. Origen y desarrollo del Bachillerato Tecnológico Agropecuario
3. La noción del técnico medio
4. El lugar del técnico medio en la modernización agropecuaria del país
5. El lugar relativo de la formación del técnico medio agropecuario entre los objetivos de los CBTAS
6. La búsqueda escolar del técnico medio agropecuario
7. Aprender a producir produciendo
8. ¿Quién forma al técnico medio?
9. Síntesis
Bibliografía
Anexo. Estructura actual del Bachillerato Tecnológico . . .
 
Capítulo IV
La formación para el trabajo en las escuelas: el currículo y las prácticas formativas
 
1. Repensando el currículum. Introducción
2. Contenidos, estructuras y espacios curriculares para la formación del técnico medio
3. La cooperativa escolar de producción
Bibliografía
 
Capítulo V
La validez externa e interna de las propuestas curriculares y el papel del profesorado
 
1. Los desafíos que plantea el siglo XXI
2. El papel de las escuelas tecnológicas
3. Los obstáculos a superar para asegurar la validez de la propuesta educativa
4. Cómo lograr escuelas culturalmente eficientes. Los problemas curriculares de la formación para el trabajo
5. La consolidación y el fortalecimiento de las escuelas tecnológicas con base en su profesorado
6. Recapitulando
 
Capítulo VI
Nuevas tendencias de la formación escolar para el trabajo
 
1. Breves antecedentes: el sentido, el significado y el alcance del sistema escolar en la formación de los jóvenes para el trabajo, en la segunda mitad del siglo XX
2. Nuevos referentes para decidir la formación escolar para el trabajo a partir de la última década
3. ¿Provocarán estos desafíos tendencias a un cambio radical en la organización, la gestión y el papel de los sistemas escolares en la formación para el trabajo?
Bibliografía
 
Capítulo VII
El acceso al trabajo de los egresados de las instituciones escolares. Distintos niveles escolares, distintos espacios laborales, diferentes períodos
 
1. 1978-1980. Contradicciones entre el crecimiento de la escolaridad superior en México y el empleo en el sector moderno y formal de la ciudad de México
2. 1988-1990. La realidad laboral de los bachilleres agropecuarios
3. 1992. El acceso al trabajo entre los egresados de las escuelas técnicas industriales
Bibliografía
4. 2000. La distribución del conocimiento escolar entre la PEA mexicana y sus efectos sobre la posición en el mercado de trabajo y los ingresos
5. 2000. El papel de una creciente escolaridad en la formación e inserción laboral de los jóvenes trabajadores de la industria del calzado
Bibliografía
 
Reflexiones hacia el futuro
1. El papel de la institución escolar en la formación para el trabajo en México
2. La planeación y anticipación de los recursos humanos por la vía del sistema escolar
3. La formación escolar tiene límites intrínsecos ante la formación para el trabajo
4. La insuficiente construcción de las instituciones escolares, un rasgo propio de la política educativa mexicana
5. La naturaleza de las relaciones entre el mundo de la escuela y el mundo del trabajo. La correlación persistente
6. Cambios trascendentales en el mundo del trabajo
7. Aportaciones de la "economía del conocimiento" a las investigaciones sobre las relaciones entre educación y trabajo
8. Transformaciones de las instituciones escolares de formación para el trabajo
9. La institución escolar como factor de cambio económico y social
Bibliografía
Siglas
 
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1b) Documentos sitio Jóvenes/Cinterfor:

Sepúlveda V., L. Volver a intentarlo: proyecto educativo-laboral de jóvenes adultos sociales. Última Década N° 21. Valparaíso: CIDPA.
http://www.cinterfor.org.uy/jovenes/doc/not/libro317.pdf
 
Camarano, A.A.; Leitão e Mello, J.; Pasinato, Ma.T.; Kanso, S. Caminhos para a vida adulta: as múltiplas trajetórias dos jovens brasileiros. Última Década N° 21. Valparaíso: CIDPA
http://www.cinterfor.org.uy/jovenes/doc/not/libro316.pdf
 
Miranda, A.; Otero, A. Modelo para armar: los dilemas de los jóvenes frente al trabajo en el Siglo XXI.
http://www.cinterfor.org.uy/jovenes/doc/not/mod_arma.pdf
 
Miranda, A.; Otero, A.; Zelarayan, J. El empleo de los jóvenes en la argentina contemporánea.
http://www.cinterfor.org.uy/jovenes/doc/not/segsoc05.pdf
 
Miranda, A.; Otero, A. Diversidad y desigualdad en los tránsitos de los egresados de la escuela secundaria.
http://www.cinterfor.org.uy/jovenes/doc/not/rmie25.pdf
 
Filmus, D.; Miranda, A.; Zelarayan, J. La transición entre la escuela secundaria y el empleo: los recorridos de los jóvenes en el Gran Buenos Aires
http://www.cinterfor.org.uy/jovenes/doc/not/transi.doc
 
 
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2) Observatorio de Experiencias:
 
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Esta iniciativa es concebida como una instancia de apoyo, seguimiento y evaluación comparada de los esfuerzos públicos y privados que se vienen desplegando en los diferentes contextos nacionales y locales, centrado en el desarrollo de diversas líneas de acción: información, estudios e investigaciones, y sistematización comparada de experiencias y metodologías de trabajo, identificando las mejores prácticas existentes y sus respectivas claves de éxito.
 
La crítica situación en la que viven y el importante rol que pueden cumplir como actores estratégicos del desarrollo, están concentrando en los jóvenes una creciente atención desde el diseño y la implementación de políticas públicas. El mundo actual de cambio permanente y vertiginoso avance tecnológico exige competencias, habilidades y destrezas básicas, educativas, actitudinales, comportamentales, ausentes de los mecanismos de socialización
de los adolescentes y jóvenes pobres, que además carecen de redes sociales de apoyo e inserción. La detección de esta realidad hace más urgente el análisis lúcido y objetivo de lo aportado hasta el presente identificando las mejores prácticas existentes y sus respectivas claves de éxito en las actividades para adolescentes (especialmente mujeres) carenciados y
estigmatizados. En este sentido, la exclusión juvenil comienza a ser vista como un importante handicap de nuestras sociedades (que se privan de contar con recursos humanos altamente calificados y más y mejor predispuestos a asumir los desafíos del crecimiento económico, la modernización social y la consolidación democrática) y no sólo ni fundamentalmente como un problema que aqueja exclusivamente a los propios jóvenes.
 
Desde esta óptica, los gobiernos y las organizaciones de la sociedad civil están implementando respuestas innovadoras y en una mayor escala en relación a las clásicas respuestas brindadas en los últimos cincuenta años, procurando brindar alternativas efectivas a las dificultades que los jóvenes enfrentan en relación a su inserción laboral y social, haciendo algunos énfasis especiales en relación a la calidad de los servicios que se les brindan y a la generación de espacios para una mayor y más profunda participación de los jóvenes en el diseño, la implementación y la evaluación de dichas políticas, procurando priorizar la llegada a los jóvenes más vulnerables, habitantes de las zonas populares urbanas y rurales, y aún más específicamente a las mujeres jóvenes, afectadas por una doble exclusión (etárea y de género) en todos los países.
 
Con la posible desarticulación de esfuerzos institucionales los impactos efectivos en los destinatarios finales de estas iniciativas (los jóvenes de la región) pueden ser muy escasos. Una adecuada articulación programática e institucional, en base a políticas adecuadamente focalizadas y descentralizadas, modernizando la gestión operativa, permitiría mejorar sustancialmente la situación de los jóvenes. El observatorio se traduce en un insumo necesario para el logro de estos fines.
 
En la actualidad y a nivel mundial, las intervenciones sociales son visualizadas como la acción organizada frente a problemáticas no resueltas, a través del fortalecimiento institucional constituido por un sistema económico de mercado y un sistema político democrático en la mayoría de los países de la Región. En la revaloración de las políticas sociales, se propone como solución equitativa una "discriminación positiva" en la educación, la formación y la capacitación, con cambios en las estrategias pedagógicas que favorezcan la articulación con la instancia local y en el respeto de las heterogeneidades ecológicas, interculturales y de género.
 
La importancia adquirida por la temática de las políticas y programas de capacitación e inserción laboral de jóvenes, y en particular por los aspectos de sus modelos institucionales, su gestión y el desarrollo de la investigación evaluativa en este terreno, justifican la búsqueda de canales de información, comunicación y cooperación que permitan intercambiar los conocimientos, las experiencias y las reflexiones que se vienen desarrollando a nivel de la región.
 
 Para consultar el observatorio:
 
http://www.cinterfor.org.uy/jovenes/exp/observa/index.htm 
 
 Si desea proponer una experiencia, acceda a la ficha
 
http://www.cinterfor.org.uy/jovenes/exp/observa/ficha.doc
 
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Lista de Interés Jóvenes, Formación y Empleo (JFE):  con 15700 usuarios. Centro Interamericano de Investigación y Documentación sobre Formación Profesional (Cinterfor). Organización Internacional del Trabajo (OIT)
 
Jóvenes, Formación y Empleo. Cinterfor/OIT: http://www.cinterfor.org.uy/jovenes/
 
Dudas o consultas: eabdala@adinet.com.uy

Movimento registra histórias de jovens

O movimento Um Milhão de Histórias de Vida de Jovens, iniciado em 2006 por iniciativa da Aracati e do Museu da Pessoa, com financiamento da Fundação Kellog e parceria de várias ONGs, já tem 100 histórias publicadas em meio virtual e cerca de 300 captadas aguardando publicação

O objetivo é valorizar a juventude como sujeito na construção da história do país e assim mudar a forma como a sociedade vê e age em relação à juventude.

No início do movimento, as ONGs parceiras (Canto Jovem - RN, Comunicação Interativa – CIPÓ –BA, Cria – BA, Etapas - PE, Galeria ZooN de Fotografia – RN, Instituto Elo Amigo – CE, Instituto Juventude Contemporânea, Ong Formação – MA, Pastoral da Juventude, Instituto Aliança – BA, Associação Imagem comunitária – BH, SERTA - Serviço de Tecnologia Alternativa – PE) prepararam jovens agentes de histórias, que passaram depois a ser encarregados de formar círculos de histórias, uma rede em que cada jovem que conta sua história envolve outros jovens no movimento.

As histórias são publicadas pelos próprios jovens em um ambiente virtual e divulgadas através de boletins, peças de teatro, vídeos e programas de rádio. Entrevistas mais complexas, de cerca de 2 horas, também serão feitas com jovens selecionados em todo o Brasil com o objetivo de servir de referência para pesquisas de juventude.

A idéia é que o movimento se espalhe e que o acervo de histórias de vida de jovens cresça cada vez mais por meio de parcerias com novos grupos, organizações, fundações, institutos e empresas.

O jovem interessado em contar sua história pode acessar o link http://iredes.rits.org.br. Para saber mais sobre o movimento, ver www.ummilhaodehistorias.org.br.

Todo Mundo Pode Mudar o Mundo

Outro projeto do Museu da Pessoa, em parceria com Ashoka Empreendedores Sociais, é a campanha Todo Mundo Pode Mudar o Mundo, também baseado na coleta de histórias de vida como uma contribuição importante para a transformação social.

A visão da Ashoka é de que todo mundo pode mudar o mundo. O Museu da Pessoa busca promover a democratização da memória social, por meio da valorização de histórias de vida de todas as pessoas da sociedade, e assim contribuir com a construção de uma sociedade mais justa, democrática e baseada na compreensão e respeito pelo outro.

A campanha foi elaborada através da metodologia de memória oral do Museu da Pessoa. Em sua primeira fase, traz sete histórias de empreendedores sociais da Ashoka: Sebastião Rocha, Diva Moreira, Suzana Pádua, Ismael Ferreira de Oliveira, René Scharer, Jorge Lyra e Waldemar de Oliveira Neto. Para conhecer as histórias, acesse www.museudapessoa.net.

Fonte: Museu da Pessoa - 30/01/2007

Coleção Literatura para Todos

Pensada e escrita para alunas e alunos do Programa Brasil Alfabetizado e para os que continuam seus estudos nas salas de aula de educação de jovens e adultos — neoleitores — a Coleção Literatura para Todos chega em boa hora

O título já diz tudo sobre a intenção do MEC: oferecer Literatura para Todos. O acesso ao livro e à leitura é também direito de todos, da mesma forma que o direito à educação, garantido pela Constituição Federal. Ler livros e desenvolver práticas de leitura são ações indispensáveis para garantir que todas as pessoas que se alfabetizam possam seguir lendo, escrevendo e aprendendo. A leitura permite entender melhor o mundo à nossa volta e a nós mesmos, e reconhecer o lugar que ocupamos no mundo. Pela leitura, abrem-se outros mundos e novos conhecimentos.

A Coleção Literatura para Todos oferece dez livros – poesia, conto, novela, crônica, tradição oral, biografia e peça teatral – e é fruto de um concurso nacional lançado em 2005 pelo Ministério da Educação. As obras foram escolhidas entre as mais de duas mil examinadas pela comissão julgadora e publicadas com belo projeto gráfico. São elas:

a) Novela: Madalena, de Cristiane Dantas
b) Contos: Cobras em Compota, de Índigo
c) Crônicas: Tubarão com faca nas costas, de Cezar Dias
d) Poesias: Caravela (redescobrimentos), de Gabriel Bicalho
e) Poesias: Entre as junturas dos ossos, de Vera Lúcia de Oliveira
f) Biografia: Léo, o pardo, de Rinaldo Santos Teixeira
g) Tradição oral: Batata cozida, mingau de cará, de Eloí Elisabete Bocheco
h) Peça teatral: Família composta, de Domingos Pellegrini
i) Menção Honrosa: Abraão e as frutas (poesias), de Luciana V. P. de Mendonça
j) Menção Honrosa: Cabelos molhados (contos) de Luís Pimentel.

Jovens Rurais na Pós-Modernidade

El Tema del Mes de Enero 2007 en RELAJUR es un documento de Anita Brumer de Brasil, A Problemática dos Jovens Rurais na Pós-Modernidade

Para acceder http://www.iica.org.uy/redlat , sección tema del mes.

ADSOCAAP: juventud indígena
La Asociación para el Desarrollo Sostenible de las Comunidades Aguarunas de la Amazonía Peruana (ADSOCAAP) es una Organización sin fines de lucro. La Asociación tiene como objetivos básicos: Realizar toda actividad que conlleve a la Conservación de la Ecología Amazónica, defensa territorial de las Comunidades Nativas, Derechos de los Indígenas, y a los Jóvenes Indígenes, proyectándose al entorno de las Comunidades Nativas Aguaruna de la Amazonía Peruana y Sudamérica en general. Más información: Pio Chamik Entsakua: piochamik@yahoo.es

Colombia: Hogares Juveniles Campesinos
Es una institución sin ánimo de lucro creada en 1970 por Monseñor Jesús Iván Cadavid en Bogotá, Colombia. El primer Hogar Juvenil Campesino se fundó en 1963 en Urrao, Antioquia. Desde entonces el programa se ha extendido a otras regiones del país, y hoy se encuentra en 13 departamentos con 93 Hogares. Sitio web: http://www.hogaresjuvenilescampesinos.org/home.html

Argentina: Programa Jóvenes Rurales
El Programa Jóvenes Rurales se implementa actualmente en la región sudeste de la Provincia de Buenos Aires. Sus características técnicas se refieren a las líneas de desarrollo de Participación Juvenil Comunitaria a las que en este caso se le acopla un componente específico: la ruralidad. La institución que desarrolla la iniciativa es Fundación Cultural La Dulce, fundada por La Dulce Cooperativa de Seguros de Granizo Limitada, quien desde hace treinta años apuesta al desarrollo integral de las comunidades rurales (Ver carpeta institucional adjunta). Ver en: http://www.juventudrural.org.ar/index.asp

Uruguay: Jóvenes Cooperativistas Agrarios
El Programa Jóvenes de las cooperativas Agrarias Federadas llevan adelante un intenso trabajo con jóvenes rurales, ver en: http://www.caf.org.uy/jovenes.html#programa

Leyes de Juventud en América Latina
Nuevo tema del mes en el Portal de Juventud. En este número: "Leyes de Juventud en América Latina: ¿Para qué sirven?". ¿Fomentan la participación juvenil?; ¿Garantizan –de una manera más efectiva- los derechos de las y los jóvenes?. Ver en http://www.joveneslac.org/portal/000/publicaciones/tema/2006/nov/index.htm

Chile : Jóvenes Mapuches
El 70% de los indígenas de Chile viven en las ciudades y 28,7% de ellos son pobres. La consulta busca terminar con estas desigualdades. En marzo ya debería comenzar a andar un nuevo plan de protección para
ellos. Fuente: http://www.lanacion.cl , miércoles 13 de diciembre de 2006. Encuesta del CEP: todavía hay discriminación contra mapuches

III Cumbre de Nacionalidades indígenas
Convocatoria a participar a todas las Nacionalidades y Pueblos Indígenas de ABYA YALA del Comité Organizador de III Cumbre Continental de Pueblos y Nacionalidades indígenas de Abya Yala, que el creador y formador les acompañe, les guíe en los caminos blancos y les ilumine los pensamientos claros, para seguir trabajando en el cumplimiento y ejercicio de los derechos de los Pueblos Indígenas.Caminando hacia la Convergencia, la Unidad, Dignidad y Derechos del Pueblo Maya E-mail waqibkej@turbonett.com / www.waqib-kej.org

Brasil: Empreendedorismo do Jovem Rural do Instituto Souza Cruz.
Acreditar no jovem e investir no enorme potencial que esse grupo tem para inovar e transformar a realidade. Essa é a premissa do programa Empreendedorismo do Jovem Rural, foco de atuação do Instituto Souza Cruz. Trabalhamos com a firme convicção de que esse ator deve ocupar o papel estratégico de protagonista na criação e implementação de oportunidades locais de desenvolvimento. As necessidades de formação e habilitação para esse processo formam a pauta da pedagogia que o Instituto Souza Cruz busca sistematizar para a formação de empreendedores que atuem no sentido do desenvolvimento local sustentável. Ver en: http://www.institutosouzacruz.org.br/onewebms/sites/INS_66NFWQ.nsf/vwPagesWebLive/DO62ACMS?opendocument&SID=&DTC=&TMP=1

Cumbre del Voluntariado Juvenil
Cumbre Internacional del Voluntariado Juvenil (IYVS). Del 22 al 25 de febrero del 2007. EEUU. Los jóvenes interesados en un cambio mundial tendrán la oportunidad única de asociarse con comunidades del mundo entero para hacer de verdad una diferencia. Información:http://www.iyvs.org o contactar a nathaniel@iyvs.org .
uente boletín BID Juventud

Asociaciones Juveniles Internacionales de Oxfam 2007-2010
Asociaciones Juveniles Internacionales de Oxfam es una red global de la gente joven que trabaja con sus comunidades para crear el cambio positivo, equitativo y sostenible. La fecha limite para presentar el formulario es 31 de Enero 2007 , Más información: http://iyp.oxfam.org/es/ y en http://iyp.oxfam.org/documents/OIYP%2020072010%20formulario%20de%20aplicacion.pdf

Escuelas para alunos del MST en Brasil
Debido al gran número de desalojos que los sin tierra sufren en Brasil, la coordinación del Movimiento de los Trabajadores Rurales Sin Tierra (MST) creó un sistema educacional que permite a los hijos de acampados no interrumpir los estudios, aunque tengan que trasladarse para otra región. Escuelas itinerantes, éste es el concepto creado por el Movimiento que hace diez años viene generando resultados dentro de los campamentos de algunos estados del país. Son escuelas diferentes a las del Estado. Son construidas con madera o lonas negras y acompañan el desplazamiento de los campamentos. Ver en:
http://www.noticiasdoplanalto.net/index.php?option=com_content&task=view&id=1868&Itemid=59

BID JUVENTUD e-boletín
Boletín electrónico del Programa BID JUVENTUD enero 2007. Se invita a informar de eventos y oportunidades para publicarlas en este Boletín que reciben miles de personas de la región. Para acceder al boletín: http://www.joveneslac.org/portal/000/bid/01-07.htm

Ecuador: Observatorio de la Juventud
La Universidad Politécnica Salesiana de Ecuador concreta a partir del 5 de Enero de 2004 el Observatorio de la Juventud. Con la finalidad de revisar, analizar y sistematizar la información sobre jóvenes. Ver en: http://www.ups.edu.ec/inicio.htm (sección Observatorio de Juventud)

Jornadas Internacionales Agua y Juventud
Las organizaciones convocantes de las Primeras Jornadas Internacionales Agua y Juventud , que se celebrará en Buenos Aires del 12 al 14 de abril de 2007, invitan a ser parte de las mismas. Este encuentro, que reunirá a más de 450 jóvenes dinámicos procedentes de todo el mundo y a representantes de organizaciones internacionales como OMS, FAO, OIJ, etc., será un excelente espacio donde debatir sobre distintos aspectos relacionados con el agua, para intercambiar ideas, e iniciar la estructuración de un movimiento internacional de jóvenes por el agua. Para más información: http://www.waterandyouth.org

Congreso Mundial de la Juventud
Congreso Mundial de la Juventud. Canadá. Del 10 al 21 de agosto de 2008. Peace Child Internacional te invita a participar en el Congreso a llevarse a cabo en la ciudad de Québec – Canadá. Les invita ya a registrarles y visitar las formas de participar en este evento mundial para jóvenes que quieren transformar el mundo. Información: http://www.joveneslac.org/portal/modules.php?op=modload&name=PagEd&file=index&topic_id=21&page_id=1561. Fuente: boletín BID Juventud

Panamá: Violencia Juvenil
Documento; La Faceta Ignorada de la Violencia Juvenil - El Caso de Panamá, BID, Serie de Estudios Económicos y Sectoriales, por Mauricio Rubio, ver en:
http://www.iadb.org/publications/search.cfm?Topics=IJ&language=Spanish&searchLang=S

RELAJUR:
www.iica.org.uy/redlat
relajur_miembros@yahoo.com.ar

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Consórcios Sociais da Juventude

Confira na seção Documentos o trabalho Longa Caminhada, Fôlego Curto: o desafio da inserção laboral juvenil por meio dos consórcios sociais

O trabalho corresponde à versão ligeiramente modificada do Relatório Final de Avaliação e Consolidação das Atividades de Campo, realizado com os seis projetos piloto dos Consórcios Sociais da Juventude (CSJs), envolvendo as regiões do Distrito Federal e entorno, do Grande ABC em São Paulo, do Rio de Janeiro (RJ), de Belo Horizonte (MG), de Salvador (BA) e de Fortaleza (CE). Os CSJs são uma das linhas de ação do Programa Nacional de Estímulo ao Primeiro Emprego para Juventude (PNPE), do Departamento de Políticas para Juventude, Ministério do Trabalho e Emprego, governo federal (...).

Assinam o texto: José Celso Cardoso Jr., Roberto Gonzalez, Matheus Stivali, José Carlos dos Santos e Alysson Costa

Longa Caminhada, Fôlego Curto: o desafio da inserção laboral juvenil por meio dos consórcios sociais

"Meninos não choram"

O filme conta a história de uma jovem que "jogando com sua imagem e sexualidade, conquista uma outra identidade, a de Brandon". Confira a resenha de Meninos não Choram

O filme Meninos não choram, de 1999, deu o Oscar de melhor atriz a Hilary Swank, pelo papel de Teena, uma jovem, que, jogando com sua imagem e sexualidade, conquista uma outra identidade, a de Brandon. Enquanto conhecemos a trajetória e as dificuldades de sua vida, o filme explora as contradições e preconceitos de uma cidade do interior dos Estados Unidos, Falls City.

Brandon vai parar em Falls City por acaso e então se apaixona por Lana, uma jovem em busca de novas perspectivas de vida. Lá, Brandon convive com outros jovens, sempre escondendo sua verdadeira identidade feminina. O filme é bastante chocante, pois retrata a trajetória de Teena – e a de Brandon – sem rodeios; a narrativa é tão profunda em sua representação do episódio verídico que nos soa como ficção.

Os estigmas e dificuldades dos jovens em Falls City passam pela falta de oportunidades de um local isolado, pelo abuso dos excessos e pela tradição ultraconservadora que instaura um clima de intolerância na cidade.

Os jovens homens do filme são retratados como machões violentos, fracos moralmente, enquanto as jovens mulheres demonstram coragem em suas ações, sempre à procura de sua própria identidade; íntegra e verdadeira.

A película vem para quebrar tabus, uma vez que fala do preconceito e do homossexualismo sem se valer de quaisquer estereótipos. A complexa personagem de Teena sofre na pele a homofobia, o conservadorismo hipócrita que envolve aquela sociedade, além do bárbaro grau de violência a que chega a ideologia machista. Ao mesmo tempo, fica claro como o sublime – a relação delicada e intensa do amor –, justamente por trazer sentimentos afetuosos, ameaça o poder reinante da brutalidade, impregnada de intolerâncias e desrespeitos.

No filme, o amor entre Brandon e Lana demonstra um grande respeito recíproco – um amor que considera o outro como a si mesmo – enquanto os machões pretendem que sua mulher esteja sempre a sua ordem, seja sua subordinada como um Ser inferior. 

Teena não está à vontade como menina, se realiza quando se torna Brandon, mas precisa esconder sua verdadeira sexualidade por motivos externos. Ela tem que ocultar sua intimidade de Teena quando se torna Brandon, apenas pela vocação daquela sociedade em reprimir as diferenças, não as tolerando.

Meninos não choram precisa ser visto, não só exemplificado, precisa ser sentido como uma luta pela vida e pela integridade do Ser, como foi a de Brandon.

* Lila Almendra é bolsista de Iniciação Científica do Observatório Jovem e aluna do curso de cinema da UFF

Ficha Técnica

Título Original:  Boys Don't Cry
Gênero:  Drama
Tempo de Duração: 114 minutos
Ano de Lançamento (EUA): 1999
Direção:  Kimberly Peirce
Roteiro: Kimberly Peirce e Andy Bienan
Produção: John Hart, Eva Kolodner, Jeff Sharp e Christine Vachon
Música: Nathan Larson
Direção de Fotografia: Jim Denault
Desenho de Produção: Michael Shaw
Figurino: Victoria Farrell
Edição: Tracy Granger e Lee Percy

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Carta do Conselho Nacional de Juventude ao Presidente da República

Leia a Carta que o Conselho Nacional de Juventude enviou ao Presidente da República 


Brasília, 12 de dezembro de 2006.

 

Excelentíssimo Senhor

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA

Presidente da República Federativa do Brasil

Senhor Presidente da República,

O novo mandato, não obstante, exige novos avanços. Considerando como prioridade o desenvolvimento econômico e sustentável do país, alicerçado em uma agenda progressista e democrática de políticas sociais, a Política Nacional de Juventude precisa se consolidar.

Com o objetivo de contribuir para que as demandas da juventude brasileira ganhem centralidade no próximo governo, este Conselho, após muito trabalho de seus membros, publicou o documento "Política Nacional de Juventude: Diretrizes e Perspectivas". Elaborado com a participação de gestores, especialistas e movimentos juvenis, este documento deve servir como base para implementação das políticas necessárias visando garantir direitos e oportunidades para este segmento populacional.

Acreditamos ser imprescindível que em seu próximo mandato seja assegurada a participação do Conselho Nacional de Juventude nos momentos de elaboração, monitoramento e avaliação das políticas públicas e programas destinados e protagonizados por jovens. A presença do Conjuve representa tanto a manutenção do princípio da participação democrática na gestão pública, cara ao seu governo, como também colabora na qualificação e eficácia das ações governamentais voltadas às diversas juventudes brasileiras.

Um próximo passo importante para avançar democraticamente no debate acerca das políticas públicas de juventude é a realização de uma Conferencia Nacional, coordenada pela Secretaria Nacional de Juventude, que seja propositiva, plural e capaz de promover a participação e fortalecer os diversos movimentos juvenis. Seus resultados contribuirão para a implementação de um futuro Plano Nacional de Juventude (PL 4530/2004, atualmente em tramitação no Congresso Nacional).

Vale lembrar que os principais desafios da Secretaria Nacional de Juventude dizem respeito à articulação entre os programas e ações de juventude desenvolvidas pelos diferentes entes federados; ao estímulo à criação de Secretarias e Conselhos e a realização de Conferencias e, sobretudo, à validação e integração dos Programas e ações de governo federal voltados para a juventude. Para desempenhar suas funções a Secretaria Nacional de Juventude precisa ampliar sua capacidade de gestão e ter autonomia de execução orçamentária.

No que diz respeito ao lugar institucional da Política Nacional de Juventude, afirmamos que tanto a experiência que tivemos nos anos de 2005 e 2006, vinculados à Secretaria Geral, quanto nossa observação da experiência das Secretarias Especiais criadas durante o primeiro mandato, ratificam a importância de que órgãos que tenham papel de promover integração de políticas sejam vinculados diretamente à Presidência da República.

Acreditamos também que a criação da Unidade Temática Juventude no âmbito do Plano Plurianual poderá garantir a ampliação, financiamento e coordenação dos Programas e Ações voltados para os/as jovens brasileiros garantindo sua sustentabilidade como política de Estado. Além de garantir a inclusão da juventude no PPA, é preciso assegurar uma efetiva execução orçamentária no decorrer do seu quadriênio.

Nos últimos anos, o governo federal demonstrou forte disposição no investimento em políticas publicas de juventude. Também o fato da candidatura de Vossa Excelência ter sido a única a lançar um Programa Setorial específico para juventude anima toda a sociedade brasileira. O Conjuve se dispõe a contribuir para a transformação dos compromissos de campanha em realidade no seu segundo mandato. Apostar na Juventude é investir no Brasil.

 

Conselho Nacional de Juventude


 

 

 

 

O Conselho Nacional de Juventude, composto por 2/3 de representantes da sociedade civil e 1/3 de representantes do poder público, reconhece e valoriza avanços no que se refere às políticas públicas de juventude, especialmente a partir de 2005, quando foi criada a Secretaria Nacional de Juventude e instituído o Conselho Nacional de Juventude.

Leituras Cruzadas: Bendita mal dita juventude

"Bom mesmo é o livro que, quando a gente acaba de ler, fica querendo ser um grande amigo do autor, para poder telefonar para ele toda vez que der vontade. Mas isso é raro de acontecer", diz o jovem Holden Associated Press - Público chega ao festival Woodstock, em 1969, um dos eventos culturais mais marcantes da décadaCaulfield, personagem de "O Apanhador no Campo de Centeio" (Editora do Autor, 207 págs., R$ 36), de J.D. Salinger. Considerando principalmente a leitura de livros cujo tema principal é a juventude, o narrador tem toda a razão

Rosely Sayão é colunista da Folha de S.Paulo - Artigo Publicado na Folha On line em 26/10/2004

É sempre um risco tentar apreender a juventude e retratá-la em textos, ficcionais ou não. Os jovens pouco têm em comum, e sempre há o risco de universalizar estilos, características, perfis e modos de viver, o que leva a tomar um por todos, ou por quase todos. É preciso considerar os jovens sempre no plural, já que viver essa época extraordinária da vida depende do contexto histórico, regional, econômico, cultural etc., mesmo e inclusive no mundo globalizado. Há ainda o risco, temerário por sinal, de psicologizar essa etapa da vida, o que leva fatalmente a miopias, estereotipias e preconceitos. Mesmo assim, é possível tecer narrativas que retratem particularidades e generalidades da juventude.

Os livros que começaram a surgir após a Segunda Guerra permitiram que a linguagem usada pelos jovens chegasse à literatura. Que linguagem é essa? Um dialeto criado para mostrar a recusa do código do mundo adulto, que a criança reproduz de imediato. Estes parecem por demais limitados e enquadrados para traduzir a irreverência e o pasmo que o jovem experimenta perante os paradoxos da vida. E não é sem causa a rebeldia manifesta nessa linguagem. Insolentes com o mundo já constituído que os aguarda, na maneira de enxergar e interpretar os que os rodeiam _principalmente os que pertencem às gerações que os antecederam_ e nas críticas ácidas que fazem ao modo de vida estabelecido, os jovens questionam o legado que herdam. Bendita insolência essa, que permite interrogar, divergir e contestar de modo razoável _nem sempre_ o preexistente. Bendita juventude.

No caso do "Apanhador", a juventude é bem dita. Ler esse livro é uma viagem bem interessante, em qualquer idade e época. Escrito por Salinger, que já não era jovem na época _sim, romper a fronteira dos 30 anos já significou ter superado a juventude_, traz a linguagem coloquial e repleta de gírias e palavrões que o jovem usa para contar um pouco da vida de Holden Caulfield, jovem de 16 anos que se encontra esgotado por tanta juventude. Entenda-se por isso a travessia do mundo _cheio de ilusões de segurança e de estabilidade_ da infância à vida adulta, instável e fragmentada. Construir-se e desconstruir-se incessantemente: esse pode ser um traço a ser universalizado no jovem, processo encantadoramente narrado pelo protagonista da obra.

Tomemos o livro como uma fotografia. Há de se considerar os limites do enquadre, que foca um momento na vida de um personagem _o jovem_ que será congelado e eternizado, mas que deixa de contemplar tudo o que acontece além dali. Entretanto, ainda assim é possível vislumbrar alguns elementos que apontam para esse além. O diálogo com as gerações que a antecederam e com as que a sucederão está presente no texto de Salinger de modo indiscutível. O passado _a infância_ e o futuro que o aguarda _a velhice_ não são negados. Ao contrário, são reconhecidos. Afinal, é preciso dialogar com o que foi criado para recriar, e é preciso suportar a idéia de que quem é jovem logo mais deixará de sê-lo. Esse diálogo às vezes é sarcástico, outras ingênuo, o que mostra os conflitos e as ambigüidades dessa fase da vida. As instituições que introduzem o jovem no mundo, para o bem e para o mal _escola e família_, têm lugar reconhecido na narrativa de Holden Caulfield, tanto quanto as garotas, o sexo, as drogas e as encrencas.

Mas a encrenca maior para o jovem parece ser mesmo crescer. As gerações do início da segunda metade do século passado ainda contavam com ritos de passagem que cumpriam seu papel. Caçador incansável de sua identidade, Holden Caulfield consegue, finalmente, vislumbrar seu futuro, seu compromisso na vida adulta. "Seja lá como for, fico imaginando uma porção de garotinhos brincando de alguma coisa num baita campo de centeio e tudo. Milhares de garotinhos, e ninguém por perto _quer dizer, ninguém grande_, a não ser eu. E eu fico na beirada de um precipício maluco. Sabe o quê eu tenho de fazer? Tenho que agarrar todo mundo que vai cair no abismo. Quer dizer, se um deles começar a correr sem olhar aonde está indo, eu tenho que aparecer de algum canto e agarrar o garoto." Holden queria ser grande. E foi.

Tomemos outra foto da juventude, tirada ainda na mesma época. "On the Road - Pé na Estrada", de Jack Kerouac (L&PM, 384 págs., R$ 19,50), permite uma viagem interessante e vertiginosa. Trata-se, agora, da geração que botou o pé na estrada sem lenço, sem documento e sem destino, que montou de modo selvagem em suas motocicletas para principalmente inaugurar, pelo menos na literatura jovem, a velocidade como pano de fundo dos acontecimentos na juventude.

Muitos afirmam com convicção que esse livro transformou a juventude ocidental. Talvez tenha apenas sido mais fiel e ousado. A linguagem, aliada ao estilo narrativo, compete com o personagem central, Sal Paradise, pelo lugar central nesse texto. Na caça à identidade e na busca dos sonhos, multiplicam-se os quilômetros percorridos, as páginas do livro, o tamanho dos parágrafos, as relações estabelecidas pelos personagens. O ritmo é frenético e a leitura vai de vertigem em vertigem.

"Mas nessa época eles dançavam pelas ruas como piões frenéticos, e eu me arrastava na mesma direção, como tenho feito toda minha vida, sempre rastejando atrás de pessoas que me interessam, porque, para mim, pessoas mesmo são os loucos, os que estão loucos para viver, loucos para falar, loucos para serem salvos, que querem tudo ao mesmo tempo agora, aqueles que nunca bocejam e jamais falam chavões, mas queimam, queimam, queimam como fabulosos fogos de artifício explodindo como constelações em cujo centro fervilhante _pop!_ pode-se ver um brilho azul e intenso até que todos 'aaaaaaah!'."

Não há lugar para o tédio nessa viagem, nessa leitura, para esses jovens. Até a mais simples atividade do mundo _a de garagista_ ganha contornos sofisticados e frenéticos na descrição de Kerouac. "O mais fantástico garagista do mundo, capaz de dar marcha a ré a 60 por hora num corredor exíguo e estreito, parar rente à parede, saltar do carro, correr entre os pára-choques, pular para dentro de outro, manobrá-lo a 80 por hora num espaço minúsculo, bater a porta com tanta força que o carro ainda balança enquanto ele sai voando em direção à cabina de controle como um atleta na pista, alcança um novo tíquete para um recém-chegado e, enquanto o motorista ainda está saindo do carro, pula literalmente sobre ele, liga o motor com a porta entreaberta e sai cantando os pneus..." A agitação dos jovens e sua ruidosa maneira de estar no mundo não poderia ser mais bem descrita do que em "On the Road". Do mesmo modo que no "Apanhador", aqui também as diferentes gerações se conversam, o mundo intelectual marca presença, o artístico-cultural também. Dialogar e reconhecer para recriar. Bem dita juventude que tem com quem conversar. Bendita.

Seguimos viagem, escolhemos outro retrato, outra época, outro roteiro. Chegamos ao início dos anos 80, saímos dos Estados Unidos e vamos ao Chile, com direito a uma rápida, porém marcante, passagem pelo Rio de Janeiro. O título do livro já avisa os caminhos que iremos trilhar. Em "Baixo Astral", de Alberto Fuguet (Record, 304 págs., R$ 40,90) o personagem principal, Matías Vicuña, se expõe como um representante da juventude que mostra uma outra cara, que aqui está retratada tanto pela determinação de um contexto espaço-temporal diverso como por um mundo bem transformado. O jovem tem muitas caras e, por isso, nem sempre se compreende.

A linguagem expressa a angústia dos conflitos da juventude, que parecem não ter fim nem saída: "Me sinto entediado. Sozinho. É que não acontece nada. Não me acontece nada. Apenas babaquices deprimentes. Ou sacais". No livro, o jovem vive permanentemente de saco cheio. "Acho que um dos grandes prazeres da vida é apertar e apertar uma espinha que está no ponto e depois sentir como a gordura estoura e pula no espelho do banheiro, deixando tudo nojento e ensangüentado."

É o início da era da elegia da solidão do jovem, que conversa principalmente consigo mesmo: "E se você fosse embora, por exemplo, se partisse sem olhar para trás, assumindo a solidão, sabendo que pode ser um erro, um grave erro, mas que você se sentiria bem assim mesmo, faria isso? Perderia a segurança, mas o que significa estar seguro? Alguém está? Você poderia admitir, sem se enganar, que realmente está seguro?". Chama a atenção a insistente citação do "Apanhador", mas o que dele mais marca nessa outra viagem é o tom profético da frase em que Holden imagina garotos brincando perigosamente perto de um precipício, sem ninguém por perto. Em "Baixo Astral", os mais velhos já começam, timidamente, a ansiar por dar meia-volta na vida adulta para retornar à juventude já ida: sexo e drogas unem Martín a seu pai. O jovem em conflito existencial e social que começa a ficar abandonado à própria sorte. Bendita maldita juventude. Mal dita.

Voltemos a nosso ponto de partida nessa viagem, Nova York, agora já no início do século 21. White Mike é um jovem rico de 17 anos que decidiu trocar a escola pelo tráfico de drogas, que aliás ele não usa. "Doze" (Geração, 230 págs., R$ 35), de Nick McDonell _ele mesmo um jovem_, inaugura os livros que se apresentam tais como os populares blogues, diários feitos por jovens que relatam seu dia-a-dia. A linguagem exala a ansiedade típica da juventude do mundo contemporâneo, que vive cada dia, cada noite, como se fosse uma guerra. Guerra, aliás, é o termo usado por eles para descrever as aventuras pela noite.

A linguagem é cuidadosa, meticulosa e certeira ao expressar o movimento frenético do jovem, a sonoridade ruidosa que o acompanha e a ansiedade seca que vive. É parte indispensável na construção das imagens, tão cruciais para a juventude, do mundo atual. "Hunter é um garoto bem forte. É um tipo de força que não está localizada em apenas um ponto, é toda distribuída nele. Não chega a ser denso como um touro. É um feixe de músculos e energia. Então, quando Hunter finalmente bate em Nana, ele balança. Vai balançando em câmera lenta, da maneira como acontece em replays de filmes, e era possível ver o maxilar dele se deslocando para o lado, com o murro. Em câmera lenta, aquela cena é repulsiva, pior do que qualquer coisa que a maioria dos garotos já tinha visto. Todos fizeram caretas ao som sólido de punho contra carne."

No relato, o mundo adulto foi quase totalmente suprimido, e a família pouco se relaciona com os jovens. Escola é apenas referência, e de grife. Drogas, drogas, drogas, violência, sexo, festas, tragédias. Tragédia mesmo parece ser crescer. Maldita juventude bem dita.

Bem, mas e as escritoras e as personagens femininas principais, por onde andam? Ou será que a juventude, na literatura, é do gênero masculino? "Hell Paris - 75016" (Intrínseca, 205 págs., R$ 34), de Lolita Pille e "100 Escovadas Antes de Ir Para a Cama" (Objetiva, 157 págs., R$ 24,90), de Melissa Panarello, retratam a juventude na ótica e na experiência da jovem. Seja na França, seja na Itália, a história é semelhante. Sexo, sexo, sexo, pausa para grifes e drogas, mais sexo. É, a juventude parece mesmo ser do gênero masculino. Por enquanto.

A linguagem irreverente e insolente cede lugar à linguagem desabusada que menospreza o diferente e se desdenha. É o jovem rico que está no foco. "Eu sou uma putinha. Daquelas mais insuportáveis, da pior espécie; uma sacana do 16e, o melhor bairro de Paris, e me visto melhor que sua mulher ou sua mãe... meu credo: seja bela e consumista", diz Hell, personagem que vive de boate em boate, de grife em grife, de consumo em consumo, de droga em droga. É, mas os ricos também amam e também padecem das dores do crescimento que ser jovem compreende, é o que nos diz a jovem escritora Lolita Pille. Que seja. Uma "bad trip", a visão de um retrato que provoca estranhamento por ser revelador, é o que essa leitura produz. Entra o consumo, sai a cultura; entra o jovem, sai o adulto. Mal dita bendita juventude.

Melissa é o nome da autora e da personagem de "100 Escovadas". Indiferenciação proposital, linguagem crua e despudorada que muitas vezes beira o infantil perverso, sexo do começo ao fim. É o império dos sentidos, a primazia da sensação, a busca incansável do prazer. O verbo definha, quase desaparece, para ceder lugar à carne. "Essa calcinha sou eu. É a coisa que melhor me descreve. De quem poderia ser, estranha e assim desenhada, com um lacinho perfumado de cada lado, senão de uma pequena Lolita? Mas essa calcinha, além de me pertencer, é o meu corpo e eu." Mal dita maldita juventude.

Ler um livro sobre jovens é uma viagem interessante; dois, instigante. Ao chegar ao sexto, a viagem passa a ser um risco para quem já não é jovem, principalmente se esse sexto for "100 Escovadas". Toda juventude passará. Alguns _poucos_ livros sobre a juventude ficarão.

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26/10/2004 - 02h46

Leia trecho de "On the Road"

da Folha de S.Paulo

Leia abaixo trecho de "On the Road - Pé na Estrada", (L&PM, 384 págs., R$ 19,50), de Jack Kerouac, livro comentado na seção "Leituras Cruzadas" do Sinapse de 26 de outubro de 2004.

Parte 1

Cap. 1

Encontrei Dean pela primeira vez não muito depois que minha mulher e eu nos separamos. Eu tinha acabado de me livrar de uma doença séria da qual nem vale a pena falar, a não ser que teve algo a ver com a separação terrivelmente desgastante e com a minha sensação de que tudo estava morto. Com a vinda de Dean Moriarty começa a parte da minha vida que se pode chamar de vida na estrada. Antes disso eu tinha sonhado muitas vezes em ir para o Oeste conhecer o país, mas não passavam de planos vagos e eu nunca dava a partida. Dean é o cara perfeito para a estrada simplesmente porque nasceu na estrada quando seus pais estavam passando por Salt Lake City em 1926, a caminho de Los Angeles, num calhambeque caindo aos pedaços. As primeiras notícias sobre ele chegaram através de Chad King, que havia me mostrado algumas cartas que ele escrevera num reformatório do Novo México. Fiquei ligadíssimo nas cartas por causa do jeito ingênuo e singelo com que elas pe-diam a Chad para lhe ensinar tudo sobre Nietzsche e todas aquelas maravilhas intelectuais que Chad conhecia. Certa vez Carlo e eu falamos a respeito das cartas e nos perguntamos se algum dia iríamos conhecer o estranho Dean Moriarty. Tudo isso foi há muito tempo, quando Dean não era do jeito que ele é hoje, quando era um delinqüente juvenil envolto em mistério. Então chegaram as notícias de que Dean havia se mandado do reformatório e estava vindo para Nova York pela primeira vez; falava-se também que ele tinha acabado de casar com uma garota chamada Marylou.

Um dia eu vagabundeava pelo campus quando Chad e Tim Gray me disseram que Dean estava hospedado numa daquelas espeluncas sem água quente no East Harlem, o Harlem espanhol. Tinha chegado na noite anterior, pela primeira vez em Nova York, com sua gostosa gata linda Marylou; eles saltaram do ônibus Greyhound na rua 50, dobraram a esquina procurando um lugar onde comer e deram de cara com a Hector's, e a partir de então a cafeteria Hector's se transformou para sempre num grande símbolo de Nova York para Dean. Eles gastaram dinheiro em belos bolos enormes com glacê e bombas de creme.

O tempo inteiro Dean estava dizendo para Marylou coisas do tipo: "Então, garota, cá estamos nós em Nova York, e embora eu não tenha te contado tudo que estava passando pela minha cabeça quando a gente atravessou o Missouri, especialmente na hora em que passamos pelo reformatório de Booneville, que me lembrou do meu problema na prisão, é absolutamente imprescindível dar um tempo em todos os detalhes pendentes do nosso caso e, de uma vez por todas, começar a pensar em planos específicos para nossa vida profissional...". E assim por diante, do jeito que ele falava naquele tempo.

Fui à tal espelunca sem água quente com a rapaziada e Dean abriu a porta de cueca. Marylou estava saltando do sofá, Dean tinha expulsado o inquilino do apartamento para a cozinha, provavelmente para que fizesse café, enquanto ele dava prosseguimento às questões amorosas, já que, para ele, sexo era a primeira e única coisa sagrada e realmente importante na vida, ainda que ele tivesse que suar e blasfemar para ganhar o pão e assim por diante. Dava para perceber isso pela maneira como ele parava curvando a cabeça, sempre olhando para baixo, assentindo como um boxeador novato ao receber instruções, fazendo você pensar que ele estava escutando cada palavra, cuspindo milhões de "sins" e "claros" o tempo inteiro. A primeira impressão que tive de Dean foi a de um Gene Autry mais moço - esperto, esguio, olhos azuis, com um genuíno sotaque de Oklahoma -, um herói de suíças do Oeste nevado. Na verdade ele tinha trabalhado num rancho, o de Ed Wall, no Colorado, antes de casar com Marylou e vir para o Leste. Marylou era uma loira linda, com enormes cachos de cabelos derramando-se num mar de ondas douradas. E ela ficava ali sentada, na beira do sofá, com as mãos pousadas no colo e os olhos caipiras azuis-esfumaçados fixos numa expressão assustada porque estava num pardieiro cinzento e maligno de Nova York do tipo que tinha ouvido falar lá no Oeste, e ela ficava ali pregada, longilínea e magricela como uma daquelas mulheres surrealistas das pinturas de Modigliani num quarto sem graça. Embora fosse uma gatinha, ela era terrivelmente estúpida e capaz de coisas horríveis. Aquela noite todos nós bebemos cerveja, jogamos queda-de-braço e conversamos até o amanhecer e, de manhã, enquanto fumávamos em silêncio baganas dos cinzeiros na luz opaca de um dia sombrio, Dean levantou-se nervosamente, andou em círculos, pensativo, e decidiu que a melhor coisa a fazer era mandar Marylou preparar o café e varrer o chão: "Em outras palavras, garota, o que estou dizendo é: temos mais é que entrar na dança rapidinho, do contrário, a gente fica aí numa flutuante, sem cair na real. e nossos planos jamais se cristalizarão". Aí, eu caí fora.

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